A maioria das cidades colocou em prática planos ambiciosos e ações climáticas de emergência para zerar as emissões de gases de efeito estufa e cumprir o Acordo de Paris sobre o clima. Embora essas medidas possam ser afetadas por barreiras financeiras, políticas e regulatórias, e prioridades conflitantes, as cidades devem alavancar tecnologias, orçamentos, políticas verdes, parcerias e novos modelos de governança para influenciar a redução das emissões.
Assim, as cidades precisam agir para descarbonizar as principais cadeias de suprimentos e utilizar cenários urbanos e regionais para retirar carbono da atmosfera.
“As cidades precisam colocar em prática estruturas robustas e ágeis de governança climática para zerar as emissões de gases de efeito estufa. Juntamente com isso está a aplicação de estruturas inovadoras e criativas de gerenciamento para enfrentar desafios operacionais.
As cidades também devem atuar na educação, orientação e estímulo à mudança comportamental, especialmente nas escolhas sobre consumo, gerenciamento de resíduos, reciclagem e mobilidade”, afirma Leonardo Giusti, sócio-líder de Infraestrutura, Governo e Saúde da KPMG no Brasil. Segundo o estudo, engajar cidadãos ajuda na aceleração da ação climática, sendo que os centros urbanos concentram mais de 50% da população mundial, 80% do PIB global e mais de 70% das emissões anuais de carbono.
A estimativa, segundo a companhia, é que 70% da população mundial viverá nas cidades até 2050, o que aumentará a demanda por infraestrutura de energia. Pensando nisso,a KPMG listou 5 etapas para a descarbonização para as cidades. Confira:
1- Atração de investimentos do capital privado – Os recursos financeiros necessários para uma transição global ao carbono zero precisam vir também do capital privado, além de cidades e governos nacionais, para, assim, facilitar as transições físicas e econômicas.
Pensando nessa tendência, o mercado financeiro sustentável está se expandindo e essa nova categoria de investidores, chamados investimentos mistos, buscam catalisar a descarbonização integrando a tríade de clima, finanças e tecnologia.
2- Operacionalização de ações justas pelo clima urbano – É necessário que as cidades assegurem que a equivalência climática não seja somente reconhecida, mas também se torne um procedimento que garanta ganhos sobre as ações climáticas com redistribuições eficazes. Para isso, é preciso exigir novas soluções e parcerias.
3- Criação de colaborações inovadoras e de parcerias – Para zerar as emissões de gases de efeito estufa, as cidades precisam integrar setor privado, governos estaduais, governo nacional, organizações não governamentais e outros parceiros.
As parcerias, além de cruciais, também devem priorizar a colaboração com as comunidades considerando que políticas, projetos e iniciativas podem ser executados localmente para mitigar riscos e ampliar a participação da sociedade.
4- Utilização de ferramentas de dados corretos para integrar políticas – Grandes centros urbanos precisam avaliar e monitorar os resultados de suas ações de mitigação e adaptação. Para isso, o big data e a inteligência artificial (IA) se mostram como ferramentas cruciais para alcançar as metas das cidades.
Para gerir os dados, as estruturas públicas municipais, estaduais e federais precisam operar integrados. Dito isso, os dados e as informações precisam ser reforçadas no nível municipal para ajudar a assegurar uma transição organizada para o carbono zero.
5- Aceleração da ação carbono zero com alavancagem da tecnologia – Os relatórios mais recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas enfatizam a importância das tecnologias de emissões negativas, que se mostram essenciais para as cidades zerarem as emissões de gases de efeito estufa.
Segundo o painel, aproximadamente 50% das emissões deveriam ser cortadas para que o carbono zero possa ser uma realidade. Por esse motivo, as cidades precisam de pesquisa para desenvolverem tecnologias que correspondam às atuais necessidades.
“A crise das mudanças climáticas vai além das fronteiras municipais e nacionais, exigindo o poder coletivo de uma coalizão global, e as cidades têm mais capacidade do que imaginam para avançarem rumo a um futuro de baixo carbono enquanto ajudam a garantir a prosperidade.
As cidades inteligentes são uma oportunidade para alavancar as tecnologias inovadoras e aumentar a eficiência das operações da administração municipal”, afirma Tatiana Gruenbaum, sócia-diretora líder do segmento de Infraestrutura da KPMG no Brasil. – Fonte e outras informações, acesse: (https://home.kpmg/br/pt/home.html).