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Denúncia de Janot deve adiar reforma

em Destaques
terça-feira, 27 de junho de 2017

A denúncia da PGR contra o presidente da República, Michel Temer, e a estratégia de Rodrigo Janot de fatiar as acusações em três partes, deve a partir de agora concentrar as atenções e o foco do Congresso.

Com isso, a agenda das reformas, sobretudo a da Previdência, deve ficar para 2019, avaliam economistas e cientistas políticos.
Alguns analistas acreditam que Temer tem condições de conseguir os votos necessários na Câmara para barrar as denúncias de Janot O custo, porém, será uma paralisia do governo para tocar outras agendas que não a própria sobrevivência do peemedebista. “A cada pedido que Temer faz à base aliada para se segurar no cargo, há um enfraquecimento de seu capital político. Não acho que tenha mais reforma na mesa. O foco agora é ele se segurar no cargo”, afirma o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina da Oxford Economics, Marcos Casarin, baseado em Londres.
Um teste importante para ver se o governo ainda tem fôlego para andar com as reformas, após as denúncias de Janot, deve ser a votação do texto das mudanças nas regras trabalhistas, prevista para hoje (28), na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. “Precisa de um sinal mínimo de aprovação”, avalia o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale.
Mesmo com o andamento do texto da reforma trabalhista, os economistas mostram menos otimismo para a Previdência. “Por enquanto, a reforma fica em suspenso, pelo menos até a votação da denúncia”, disse a economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara. Para o cientista político da Hold Assessoria Legislativa, André Pereira César, o mais provável é que o texto fique para 2019. “O governo Temer tem pouca margem de manobra”, disse ele, destacando que após as denúncias de Janot, o custo para manter a base de apoio de Temer aumentou. Vale, da MB, também vê chances de a reforma ficar para 2019 (AE).