O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, voltou a negar ontem (29), que tenha contas no exterior.
Em café da manhã com jornalistas, o peemedebista disse que “dá de presente” qualquer conta dele que venha a ser encontrada pelos investigadores.
“Vocês podem preparar em qualquer escritório de advocacia internacional qualquer documento que diga ‘empresa’, ‘truste’, de qualquer natureza, para eu assinar procuração, doação, busca, verificação, não é só de Israel não, de Israel, da Arábia Saudita, do Líbano, de qualquer lugar do mundo que você queira e de qualquer conta bancária, que eu dou de presente para reverter a quem quiser porque não existe”, afirmou. “Então, eu estou absolutamente tranquilo, não tenho preocupação nenhuma”.
Investigações do MP suíço já encontraram quatro contas ligadas a Cunha. O peemedebista diz, no entanto, que não se tratam de contas, mas de trustes, espécie de fundos de investimento. Ele afirma ainda que não é dono do dinheiro aplicado nestes trustes, mas apenas “usufrutuário” e “beneficiário em vida”.
Cunha disse que o pedido de afastamento apresentado contra ele pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é uma “peça teatral”. Afirmou estar tomando cuidado com suas declarações por temer que Janot use “partes de minhas falas” e voltou a se dizer perseguido pelo procurador-geral. “Não há dúvida que ele me escolheu”, afirmou. Confrontado sobre o fato de que o ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (PT-MS) já havia inclusive sido preso, Cunha disse que o senador está atrás das grades por ter sido pego em flagrante (AE).