O líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), negou que as conversas de criação do Ministério da Segurança Pública tenham o objetivo de enfraquecer o trabalho da Polícia Federal (PF).
Segundo ele, caso a pasta seja criada, abarcaria as ações de investigação feitas pela PF, atualmente sob o comando do Ministério da Justiça.
“Na hora que se criar o ministério, os órgãos que dizem respeito à segurança deverão estar engajados neste ministério. As questões de Justiça continuariam a ser tratadas pelo Ministério da Justiça. Nós estamos falando de ações de repressão, investigação e informação no tocante à segurança pública. Portanto, a PF tem dois papéis, o de polícia judiciária e de segurança pública, para intervenção direta pró-segurança. Esses papeis são distintos e teriam áreas distintas de atuação”, disse o senador, em entrevista na tarde de ontem (15) no Congresso.
De acordo com o líder, ainda não há uma definição do presidente Temer sobre a criação do ministério. O parlamentar ressaltou, porém, que o governo está analisando com “muita atenção e foco” a situação da segurança no Brasil, considerada por ele um “drama emergencial” das cidades brasileiras. “O presidente Temer quer enfrentar esse drama. Como? Com secretarias, ministério, ações concretas, atuação de fundos não contingenciáveis como se fez agora tanto com o [sistema] penitenciário como o de segurança”, disse, referindo-se a projetos que devem ser votados nas próximas semanas pelo Congresso.
Segundo o senador Romero Jucá, o debate sobre o tema não é uma tentativa do governo de criar uma imagem positiva e uma nova agenda além da reforma da Previdência. Assim como têm sinalizado outros ministros, Jucá ressaltou que a decisão final sobre a votação da proposta que muda regras para a aposentadoria é da presidência da Câmara (ABr).