Marcelo Erthal (*)
A fundamentalidade em promover uma governança pautada nos âmbitos ambiental, social e governamental – integrantes da prática ESG – já está mais do que disseminada ao redor do mundo.
Muito além do que garantir a conformidade legislativa, sua implementação permite uma melhor imagem da marca no mercado, um aperfeiçoamento das operações e uma gestão mais assertiva.
Dentre todos os seus pontos de mudança, o compliance vem se mostrando como um dos mais importantes para o fortalecimento do negócio, em prol da criação de uma cultura íntegra e seu crescimento sadio.
Quando conduzido com o apoio de sistemas modernos e completos, um programa de compliance contribui para uma definição clara e objetiva das políticas internas e externas da companhia, reduzindo as chances de riscos que possam prejudicar suas operações e auxiliando na consonância legal e fiscal.
Com uma importância aguçada para um bom desempenho corporativo, hoje, cerca de 80% das empresas nacionais já possuem um departamento voltado para essa tarefa, segundo dados compartilhados pelo IBGE. Vantajoso por si só na otimização de tempo e economia de recursos financeiros, sua união ao terceiro pilar do ESG serve como um potencializador desta terceira prática para uma governança corporativa eficaz.
Ainda, seu investimento conjunto é capaz de favorecer a implementação dos outros pilares deste termo, inserindo práticas ambientais e sociais cada vez mais na rotina da companhia e em sua postura perante seu público-alvo. Em uma frente de atuação imensa, a governança de compliance serve como uma ponte de adequação corporativa às leis sobre meio ambiente e questões sociais, como inclusão, acessibilidade e diversidade.
Quando planejadas corretamente, impulsionarão este fomento internamente, abrindo portas para o desenvolvimento de uma empresa mais ecológica, com atuação social efetiva e segura em seu cumprimento com os objetivos regulatórios.
Em um estudo conduzido pela Fundação Tide Setubal e Instituto Sivis, cerca de 62% dos empresários acreditam que o compliance e as práticas de governança são os assuntos prioritários na incorporação do ESG ao negócio.
Se tratando, especificamente, das empresas de grande porte, esse percentual é ainda maior, ultrapassando a marca dos 78%. Sua valorização em organizações dos mais diversos portes e segmentos é incontestável – mas, é importante ressaltar que sua aplicação depende, obrigatoriamente, de um aprendizado contínuo monitorado pelos gestores.
Para que construa esses pilares de forma sólida, a criação de uma política de compliance objetiva e sua disseminação entre todos os times é imprescindível, garantindo que todos tenham consciência da importância desta aplicação e, acima de tudo, seu acompanhamento constante para garantir que as ações adotadas estão gerando os efeitos desejados.
Caso algum problema seja identificado, sua solução deve ser aplicada o mais rápido possível, evitando gaps que atrapalhem o crescimento da companhia. Assim como qualquer outra estratégia adotada, o fortalecimento do pilar de governança pautado pelo compliance precisa seguir uma diretriz clara, monitorada de perto a fim de incorporar, caso necessárias, práticas complementares que garantam melhorias contínuas ao empreendimento.
Com essas ações priorizadas, a gestão do negócio certamente será capaz de alavancar a marca frente a seus concorrentes, destacada por sua condução sustentável, social e legislativamente adequada.
(*) – É CEO do clickCompliance, startup de tecnologia para gestão de compliance. (https://clickcompliance.com).