Mais do que uma opção de renda extra, a venda de roupas em domicílio pode ser um negócio lucrativo para micro e pequenos empreendedores. A modalidade comercial é bem-aceita pela população, em razão da comodidade de escolher e adquirir produtos em casa ou em horários flexíveis como finais de semana e feriados.
Por envolver poucas pessoas, são necessários alguns pontos de atenção como o planejamento de compras, controle do fluxo de caixa e conhecimento sobre os clientes e o segmento de vendas no atacado. Seguindo esse roteiro, as chances de se consolidar no mercado aumentam e atendem aos interesses de quem deseja trabalhar de forma autônoma.
Nesse sentido, o setor de serviços apresentou crescimento acumulado de 10,9%, considerando o período de janeiro a novembro de 2021. A informação da pesquisa foi divulgada pelo IBGE e esclarece que o resultado é 4,5% maior que o período pré-pandêmico, registrado no início de 2020.
Outro dado que demonstra o crescimento do empreendedorismo foi divulgado pela Global Entrepreneurship Monitor, em parceria com o Sebrae e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ).
A pesquisa aponta que 50 milhões de pessoas têm interesse em empreender nos próximos três anos e 1/3 dos entrevistados foi motivado pela pandemia do novo coronavírus. Roberto Lange Lira é administrador de empresas e professor dos cursos de Gestão, Logística e Compras no Senac EAD. Ele explica que o comércio em domicílio é uma alternativa vantajosa para micro e pequenos empreendedores e a internet é essencial como canal de apresentação dos produtos.
“Esse modelo de venda é viável, mas foi reinventado com a utilização do ambiente virtual. Muitas pessoas iniciam o negócio com essa condição, pois o custo inicial é bem menor do que montar uma loja, principalmente no ramo do vestuário. Desse modo, a captação inicial é feita pelas plataformas digitais e posteriormente, acontece a visita, aumentando as chances de aquisição dos produtos”, observa.
. Empreender com planejamento – Antes de iniciar um negócio de vendas no varejo é importante avaliar fatores que definirão a sua efetividade e bons resultados. A primeira verificação é a economia local, já que o poder aquisitivo dos moradores interferirá diretamente no segmento. Em outras palavras, em condições de instabilidade financeira, itens que não configurem como de primeira necessidade (alimentação e serviços básicos) serão eliminados do orçamento familiar.
No caso do comércio de roupas, Roberto destaca dois quesitos que precisam ser avaliados pela pessoa que deseja empreender. “Inicialmente, é preciso ter uma definição clara do modelo de negócio no qual se pretende trabalhar, se é venda de porta a porta, e-commerce (100% digital) ou em um ambiente físico. Em seguida, estudar o comportamento e a estratégia dos concorrentes, para oferecer um diferencial”, argumenta.
Com essa perspectiva, o docente do Senac EAD destaca as etapas para a construção de um planejamento de trabalho, confira:
- Planejamento de compras – importante que o empreendedor defina com cuidado a quantidade de itens que irá adquirir, a fim de que não faltem peças, mas cuidando para não criar estoque desnecessário;
- Fluxo de caixa – conciliar os recebimentos com os pagamentos é fundamental se o comerciante vende com prazo de 30 dias. Desse modo, seria importante conseguir o mesmo vencimento de acerto com os fornecedores. Com essa negociação, evita-se colocar “dinheiro do bolso”, atrapalhando o fluxo financeiro dos negócios;
- Marketing – o planejamento das ações de marketing contribui para uma maior aproximação com os clientes, além de estabelecer períodos determinados para anunciar novos produtos e promoções.
. Indo às compras – A compra de roupas para revenda requer uma análise inicial e controle na quantidade de itens. Roberto explica que no caso de confecções femininas a atenção deve ser ainda maior, pois, alguns modelos procurados na atual estação podem não permanecer em alta no ciclo seguinte.
“Com um bom planejamento é possível realizar boas compras, evitando sobra de estoque que, provavelmente, não terá um bom fluxo de saída. Quando isso acontecer é interessante preparar uma liquidação ou, então, esperar que a moda de determinado produto ou modelo retorne. O lado negativo é que o investimento feito nessas peças poderia ser usado para aquisição de novos itens”, argumenta.
Uma recomendação significativa feita pelo profissional é para quem dispõe de poucos recursos. Inicialmente, é importante reconhecer as preferências dos clientes em potencial, a fim de ser mais assertivo na quantidade, modelo e tamanho das peças de roupas. Além disso, criar combinações com os itens pode ser uma boa maneira de estimular a aquisição de mais produtos.
Depois de finalizar as compras, é o momento de anunciar os produtos e fechar negócios. Nesse sentido, as redes sociais são ferramentas primordiais para divulgação com baixo custo. Na avaliação do docente do Senac EAD, a internet é um “megafone” para ampliar o alcance dos clientes. Contudo, o profissional faz um alerta: é preciso ter cuidado em controlar a questão dos estoques, evitando divulgar um produto com poucas unidades, por exemplo.
Atualmente, existe uma série de ferramentas de gestão que apontam a quantidade de peças disponíveis para venda em tempo real. Mesmo assim é importante, sempre que divulgar um item ou realizar uma promoção, ter um bom planejamento de estoque. Por fim, Roberto elenca algumas dicas relevantes para a primeira compra em lojas de atacado, acompanhe:
- Polos de confecção que são referência nacional: Goiânia, Bom Retiro e Brás (SP), Brusque e Jaraguá do Sul (SC); A maioria das lojas desses locais exige CNPJ para compras no atacado; Muitas exigem cadastro para compra; Há exigência de compra mínima; Os horários de funcionamento muitas vezes são diferenciados; A grande vantagem é que muitas dessas empresas atacadistas vendem pela internet. – Fonte e outras informações: (https://www.ead.senac.br/).