Chris Taveira (*)
Economy Creator, em português, Economia dos Criadores, se refere a tudo que tange a criação, produção e consumo de conteúdo online. Atualmente são cerca de 20 milhões de criadores de conteúdo espalhados pelo mundo, tendo movimentado 20 bilhões de dólares só no ano passado.
Se a grande maioria das pessoas possui o seu próprio veículo de comunicação e pode produzir na mesma frequência em que consome, o mercado se torna gigante.
Isso possibilita alcançar audiências em pouco tempo, algo inimaginável duas décadas atrás. A democratização dos veículos de comunicação, assim como da publicidade, reorganizou a lógica dos influenciadores e das pessoas que movem a opinião pública.
Se antes os formadores de opinião estavam nas emissoras de TV, agora, o palco é a internet e a ferramenta está disponível para todos, desde que se tenha um smartphone. É uma nova ordem de influência que se criou a partir do branding de pessoas que conquistaram grandes audiências, estão surfando nela e gerando oportunidades de negócios.
Não para menos, 300 empresas já estão envolvidas nessa nova economia, e mais de 300 startups fazem parte desse mercado, sendo 21 deles unicórnios, ou seja, empresas de tecnologia que já alcançaram avaliação de preço de mercado em mais de US$1bi. Esse fenômeno acontece porque muitos influenciadores estão começando a adotar uma abordagem mais empreendedora para suas carreiras.
Em vez de depender de patrocínios e parcerias com empresas, eles estão explorando oportunidades para lançar seus próprios produtos e serviços, e criar suas próprias marcas. Essa mudança pode ser atribuída a várias razões. Muitos influenciadores estão percebendo que podem aproveitar suas plataformas para criar negócios próprios e se tornarem independentes financeiramente.
Podemos observar também que os consumidores estão se tornando mais exigentes em relação às marcas que seguem, e muitos estão buscando opções mais autênticas e com propósito. Com essa mudança, é possível que surjam novas oportunidades de negócios e empregos para aqueles que buscam trabalhar no setor de influência e empreendedorismo.
Pessoas se transformaram em marcas – agora, este é um caminho natural. Alguns exemplos de setores distintos são o influenciador do mercado imobiliário Ricardo Martins e o empreendedor Facundo Guerra. Ricardo começou com 38 mil seguidores em suas plataformas e atualmente tem uma audiência de mais de 50 milhões de visualizações mensais.
Isso se dá a partir de uma nova postura, assumindo a criação, produção de conteúdo como trabalho, com linhas editoriais, campanhas de branding focadas, ritmo de produção consistente, interação com audiência, conteúdo de valor percebido, entre outros aspectos dignos de um real veículo de comunicação.
No lançamento dos infoprodutos de Facundo Guerra, eleito pela Revista VIP um dos 100 empreendedores mais influentes do mundo, ele usa da sua reputação e influência para formar comunidade e criar seus negócios primeiramente nas suas redes sociais, validando todos os conceitos antes de investir na criação dos mesmos.
Com uma comunidade forte e consequentemente, sendo uma marca forte, no primeiro treinamento já realizado, foi obtido um retorno de cerca de 20 vezes o investimento realizado. E nesse quesito de retorno, não existe limite. A internet possibilita oportunidades verdadeiramente exponenciais.
O maior desafio está em ser de verdade, em sair de cima do muro para dar voz para a própria autenticidade, pois com medo da crítica, as pessoas se escondem, se perdem na multidão e não conseguem se destacar.
E sair de influenciador para o big business, é construir sua influência, autoridade e dessa forma lançar seus próprios produtos com base no que você tem de autêntico e expertise, assim diversificando suas fontes de receita e mitigando o risco e dependência em outras empresas.
(*) – É CEO e fundadora do grupo Ilimitz e autora do livro “Decida Ganhar Mais”.