Pedro Ica (*)
O rápido desenvolvimento tecnológico tem permitido transformações expressivas em diversas esferas da economia global, o que impacta, consequentemente, o mercado financeiro brasileiro. Nos últimos anos, o setor tem investido significativamente em soluções inovadoras como, Inteligência Artificial, Automação em Nuvem, Machine Learning e Data Science.
Para se ter uma ideia, de acordo com o relatório “Uso da TI – Tecnologia de Informação nas Empresas”, divulgado pela FGV, a implementação de TI nos bancos brasileiros deve crescer 11% em 2022, a partir do investimento de R$ 30 bilhões. Na medida em que a aposta em tecnologia tem aumentado nas empresas, a aplicação de dados torna-se uma ferramenta poderosa para potencializar a área de finanças.
Saber como utilizá-la proporciona maior clareza na tomada de decisões, garantia de mais segurança, com o auxílio no combate a fraudes, bem como aprimoramento do atendimento ao cliente, uma das principais preocupações das grandes empresas atualmente.
. Por que investir na Ciência de Dados no segmento de finanças? – Diante deste contexto, o Data Science tornou-se um aliado indispensável para as instituições bancárias por conta da funcionalidade e do total apoio ao mapear tendências, comportamento do consumidor e o desempenho dos negócios.
Por meio de uma vasta cadeia de informações, os líderes e gestores do universo financeiro têm controle absoluto sobre o que acontece internamente. Isso possibilita maior previsibilidade, redução de eventuais riscos e surpresas provocadas pela economia e, até mesmo, acesso a projeções de mercado. No atendimento ao público, a inteligência de dados permite às instituições conhecerem a fundo sobre os clientes.
Desta forma, acompanhando o comportamento do consumidor em tempo real, é possível traçar as principais características e ofertar serviços adequados a cada tipo de perfil. Nas operações bancárias rotineiras, como concessão de créditos e cobranças, a solução atua na análise das melhores estratégias para definir os tipos de abordagem e alternativas de negociação.
A relação com os investidores também desfruta de benefícios a partir do Data Science. Contar com a análise de dados transmite ao mercado maior segurança e credibilidade, fatores decisivos ao fechar negócios. O uso de tecnologias disruptivas garante, ainda, melhor entendimento sobre os diversos campos de atuação da empresa, ampliando o leque de possibilidades para firmar parcerias e trazer mais rentabilidade à instituição.
. A implementação de tecnologia no mercado financeiro – O processo de digitalização no mercado financeiro tem um caminho promissor no Brasil. Entretanto, há alguns desafios que precisam ser superados. Mais do que investir em ferramentas arrojadas, a transformação digital está associada a uma mudança cultural nas corporações comprometidas a adotarem uma mentalidade ainda mais moderna, tudo isso aliado a métodos já consolidados.
Diante disso, a capacitação dos profissionais atrelados à ciência de dados é crucial para mudar esta realidade. Instituições que buscam inserir o Data Science no dia a dia precisam de times engajados, ágeis e inovadores ao seu lado. Assim como as equipes, líderes e gestores devem manter-se antenados sobre os novos produtos e serviços que surgem a todo momento para aprimorar o setor.
Neste sentido, as Fintechs têm aproveitado à expertise e o perfil inovador para conquistar espaços com estruturas altamente atualizadas em comparação aos bancos tradicionais. Além das startups, a rotina da população passou a contar com soluções como o PIX, carteiras digitais, pagamentos por aproximação, além de todo o universo open, com o Open Finance (Open Banking) e Open Insurance.
Estes termos revolucionaram o segmento de finanças e simplificaram atividades corriqueiras, como transferências bancárias, consultas de extratos e resoluções de problemas, através dos canais de atendimento digitais. Para que esta transformação continue impactando a sociedade como um todo, o investimento em Data Science é fundamental.
É preciso estimular a importância da ciência baseada em dados para que assim as empresas do mercado financeiro tenham uma posição cada vez mais competitiva, contribuindo para uma maior organização e clareza na vida financeira das pessoas.
(*) – É CRO and founder da HartB, startup referência em Inteligência Artificial, Internet das Coisas e análise de dados massivos (https://hartbgroup.com/).