O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, disse ontem (9) que a instituição poderá usar dinheiro captado no mercado externo para devolver recursos antecipados ao Tesouro.
Até 2007, a principal fonte de recursos do banco era o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT); a segunda, os fundos internacionais, via empréstimos de entidades multilaterais; e, em seguida, as captações no mercado doméstico. A perspectiva agora, segundo o presidente do BNDES, é voltar a esse cenário.
“Teremos o FAT como principal fonte de fundos, talvez com um sistema de remuneração atualizado, tendo em vista a mudança da TJLP para TLP”. Os recursos do fundo, segundo Rabello, serão complementados por fontes internacionais. Em novembro, ele fará uma viagem a Nova York em que pretende conversar com agências de classificação de risco para descolar o rating (que define o grau de investimento) do BNDES da nota de crédito do Brasil, que está em queda.
De acordo com o executivo, há várias entidades multilaterais interessadas em parcerias com o BNDES, entre elas o Banco de Desenvolvimento da China, a Agência Francesa de Desenvolvimento, o Banco de Desenvolvimento dos Brics e o banco estatal de desenvolvimento da Alemanha. Rabello voltou a afirmar que o banco não cometeu irregularidades nos financiamentos concedidos à JBS. Quando o banco empresta ou coloca recursos sob a forma de ações em uma empresa, ela tem que ter responsabilidade de utilizar seus recursos de forma correta. “O BNDES não é babá de empresário”, afirmou.
Paulo Rabello de Castro confirmou ter assinado ficha de filiação ao PSC no último dia 3 e não descartou uma candidatura à Presidência da República no ano que vem. No entanto, disse que sua prioridade no momento é o banco (ABr).