O Brasil e os bancos passarão por um aprendizado a despeito de um novo modelo de crédito para investimento, consorciado e com menor participação do Estado, na opinião do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi.
“O modelo de crédito direcionado, em que o Estado compõe a taxa de retorno com juros favorecidos para o tomador, não será mais possível na plenitude de um ambiente de equilíbrio fiscal. Teremos um novo modelo de financiamento”, avaliou ele, em visita ao CIAB 2015.
Não caberá ao Estado, de acordo com ele, ser o único provedor de crédito para investimento. Esse segmento é, conforme Trabuco, uma prioridade para o Bradesco. “O Brasil continua a ser um excelente lugar para fazer aplicações em função da taxa de retorno bem diferente da Europa, Estados Unidos ou Ásia. Ao mesmo tempo, o Estado vai participar também (do crédito para infraestrutura). O Estado possui fundos importantes”, afirmou.
Segundo Trabuco, as reservas técnicas das seguradoras, previdência e fundo de pensão mostram que o Brasil tem funding. “Todos nós vamos aprender a elaborar project finance dentro de uma nova realidade. Os bancos brasileiros possuem liquidez bastante grande. Quando comparados a outros bancos do mundo, possuem os mais altos níveis de compulsórios, que é um colchão de liquidez excepcional. Então, numa determinada hora, quando o PIB começar a funcionar, o Brasil vai botar esse dinheiro para funcionar”, concluiu Trabuco (AE).