Karla Dias (*)
É possível observar, ao longo dos últimos anos, um crescimento significativo na oferta de benefícios aos funcionários por parte de pequenas e médias empresas. Muitos modelos surgem a cada dia no cardápio das vantagens oferecidas para complementar o salário dos colaboradores.
Mesmo o vale-refeição sendo ainda um dos mais populares entre as pessoas que buscam uma oportunidade ou aquelas que pesam entre mais de uma proposta, existe uma gama de complementos que o empregador pode oferecer aos seus contratados, para melhorar o pacote salarial. E, ao contrário do que muitos pensam, a maioria dos benefícios pode ser oferecida em empresas com até mesmo um funcionário.
Mas tenho a percepção de que ainda existem muitas dúvidas sobre como funcionam os cartões e assessorias e quais são as suas reais vantagens para a atração e retenção de talentos. Hoje, quero analisar essas questões e mostrar como os benefícios são importantes para empresas de qualquer tamanho.
Em primeiro lugar, é importante destacar que o vale-transporte é o único benefício obrigatório a ser pago pelas empresas. Isso não inclui outras formas de mobilidade além do transporte público, como vale combustível, por exemplo.
A cada dia o leque de opções em benefícios aumenta e se transforma, assim como as necessidades dos trabalhadores. Se falarmos em mobilidade, atualmente se destacam as diferentes alternativas que vão de aluguel de bicicletas ao vale para usar em aplicativos de transporte.
Empresas que prezam pela saúde do seu público interno já oferecem auxílio psicológico, social, financeiro, nutricional e jurídico que se estendem aos familiares. Há uma forte tendência de mercado na terceirização desse tipo de serviço, principalmente para que seja possível zelar pela segurança e bem-estar do usuário. Hoje, muitas empresas fornecedoras de benefícios têm concentrado seus esforços no desenvolvimento de ferramentas cada vez mais eficazes nesse sentido.
Já conseguimos ver de perto alguns desses resultados e o que posso dizer é que a questão da saúde mental não é uma tendência e, sim, um assunto que veio para ficar. Lideranças que já perceberam isso, tendem a sair na frente e destacar suas empresas em um mercado competitivo.
Embora todos esses benefícios possam ser absorvidos facilmente pelas PME’s, muitas vezes elas precisam de um começo. Geralmente o vale-refeição representa esse ponto inicial. Sem dúvida, esse é o mais comum entre os benefícios, mas é frequente não haver total conhecimento de como ele funciona. Trata-se de um valor fornecido pelo empregador que permite ao trabalhador fazer suas refeições em restaurantes, padarias e lanchonetes credenciados, durante o expediente.
Essa prática tem se mostrado bastante eficaz para elevar a qualidade e segurança alimentar dos trabalhadores e, assim, aumentar a produtividade das companhias. Além disso, há ainda a vantagem para a empresa de que o valor gasto com o vale-refeição pode ser deduzido do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), o que representa uma economia significativa.
Para o funcionário, receber o benefício em cartão também é vantajoso, mesmo quando os empregadores optam por aplicar o desconto permitido por lei na folha de pagamento. Quando um valor para a alimentação simplesmente é embutido no salário, os impostos mensais relacionados às contratações CLT serão aplicados, diferentemente de quando se usa o cartão de benefícios.
Por fim, posso dizer que o investimento em qualquer tipo de benefício é uma forma de alinhar os interesses da empresa com o dos trabalhadores e criar uma relação harmoniosa e produtiva. Existem várias formas de motivar os colaboradores, resultando em menor rotatividade de pessoal e maior comprometimento com os objetivos da empresa.
O benefício engloba ainda mais. Pode ser uma estratégia eficaz para atrair e reter talentos, reduzir custos fiscais, simplificar a gestão e melhorar a imagem da empresa no mercado. Portanto, considerar a implementação pode ser um passo importante para o crescimento e sucesso de um negócio, independentemente do tamanho que ele tenha.
(*) – Graduada em Ciências Contábeis pela PUC/Campinas e com MBA em Finanças Corporativas pela FGV, é Diretora Executiva Comercial da Pluxee no Brasil.
