O ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, voltou a rechaçar a possibilidade de se candidatar à Presidência da República.
Alegando “não pertencer ao mundo da política” e não saber “nem por onde começar”, o ex-ministro, que ganhou popularidade durante o julgamento do mensalão, disse que seria “trucidado” por seus adversários em uma eventual disputa. “Acho que eu seria trucidado pelos eventuais concorrentes porque uma pessoa como eu, que fala o que pensa, que é livre por natureza, não se adapta a esse mundo. Eles se uniriam todos para me tirar do jogo, eu sou muito realista. Eu nem cogito”.
O ministro disse acreditar que a reforma política que está sendo discutida pela Câmara é preliminar. “Provavelmente o Senado vai fazer uma boa limpeza. O Senado é composto de pessoas mais experientes, é um número menor (de membros), são ex-governadores, pessoas de larga experiência”, disse Barbosa, segundo o qual “a Câmara está em ebulição, votando aos tropeços”. “Alguma coisa pode ser corrigida ainda na Câmara, mas o Senado poderá corrigir ainda muita coisa. O Senado foi feito para isso”, argumentou.
Ao deixar o salão onde proferiu palestra sobre combate à corrupção na zona sul de São Paulo, Joaquim Barbosa se recusou a responder sobre o processo de escolha de seu sucessor, Edson Fachin – que tomou posse ontem (16). “Sobre o Supremo eu não tenho nada a dizer. Eu estou fora, meu amigo”, disse. Questionado se este era o motivo do seu não comparecimento à cerimônia de posse de Fachin, Barbosa rechaçou. “Não. Eu não fui porque tinha um compromisso aqui” (AE).