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Assessor de investimentos ou gerente de banco: entenda a diferença

em Destaques
sexta-feira, 10 de julho de 2020

Paulo Cunha (*)

Você quer começar a investir, mas não sabe por onde começar? Uma prática muito comum entre os brasileiros é pedir ajuda ao gerente do banco, que é responsável por trabalhar com o gerenciamento de contas bancárias em instituições financeiras. Porém, há outro profissional especialista que pode te ajudar a obter melhores resultados financeiros, o assessor de investimentos.

Para te ajudar a entender como funciona cada uma dessas profissões, Paulo Cunha, sócio fundador da iHUB Investimentos, respondeu 7 perguntas que irão solucionar suas dúvidas, além de dar dicas para aqueles que desejam seguir na área financeira. Confira:

  1. Quais características diferenciam o gerente de banco e o assessor de investimentos? – O trabalho do gerente costuma ser mais generalista, envolve cuidar da rotina da conta corrente dos clientes e oferecer produtos bancários do dia a dia, por via de regra os gerentes costumam ter CPA10 e CPA20 (A Certificação Profissional ANBIMA).

Já o assessor de investimentos possui um olhar mais voltado para o portfólio de ativos. Além disso, acompanha de perto as oscilações do mercado financeiro e identifica mais rapidamente as oportunidades de investimentos que aparecem. A certificação desse profissional é a ANCORD.

  1. O gerente tem limitações relacionadas a carteira de investimentos do banco? – Sim, o gerente é limitado aos produtos na área de investimentos, que estão na plataforma da instituição financeira. Aliás, a maioria dos produtos costumam pertencer ao próprio banco, entre os principais estão: previdências e títulos de capitalização.

Porém, de uns anos para cá as plataformas dos segmentos de alta renda têm passado a oferecer também outros produtos de terceiros. Vale ressaltar que o gerente não está acostumado a acompanhar todas as opções existentes para investimentos, além de não ter o hábito de contatar os gestores dos fundos, para estar por dentro das estratégias de investimentos.

  1. Quais passos um assessor de investimentos deve seguir, assim que começa o atendimento? – O primeiro passo recomendado é agendar uma reunião inicial para conhecer o cliente, entender seus objetivos e receios e identificar seu perfil de risco. Depois, é necessário trabalhar com essas informações de modo a adaptar uma estratégia de investimentos adequada ao perfil de risco e que esteja de acordo com os principais objetivos do cliente.

Por último, é fundamental fazer uma outra reunião de alinhamento dessas estratégias, para explicar todos os aspectos de risco, liquidez e potencial de retorno da carteira recomendada. Além disso, sempre é importante ensinar o máximo possível de conteúdo de investimentos aos clientes, de modo que facilite a comunicação entre as partes e crie segurança na estratégia estabelecida.

  1. O assessor de investimentos pode ser considerado uma das melhores profissões pós-pandemia? – Sim, o assessor de investimentos está entre as dez melhores profissões, de acordo com ranking divulgado pela InfoMoney. Em meio a esse tempo de pandemia, ficou ainda mais em evidência a importância de ter uma reserva emergencial, por isso, saber administrar e gerar resultados financeiros positivos são dois pontos que as pessoas estão procurando.

Logo, especialistas na área financeira podem ter grande destaque profissional. Nos EUA ela já figura entre as 10 mais bem pagas e desejadas. Com a evolução do mercado de investimento local, baixa taxas de juros e um interesse maior das pessoas por assuntos relacionados a investimentos, a profissão tem tudo para deslanchar de vez no Brasil.

  1. Quais habilidades esse profissional tem de ter? E de que modo pode desenvolvê-las? – Para atuar e ter sucesso na profissão é preciso dedicar bastante tempo aos estudos para tirar as certificações. A ANCORD é a certificação obrigatória e costuma reprovar mais de 50% dos candidatos que realizam a prova. As certificações como o CEA (Certificação de Especialista em Investimento ANBIMA) e CFP (Certified Financial Planner) também trazem um diferencial para o currículo.

Além da base teórica, é importante ter boa dinâmica comercial, gostar de conversar com pessoas e fazer amigos com facilidade ajudam muito no processo de prospecção. Porém, é importante que o profissional crie uma imagem crível e que transmita segurança para que as pessoas aceitem confiar nela para assuntos relacionados a investimentos.

  1. Onde podem existir mais oportunidades de trabalho? Acredita que possa ser uma área que vai bem no home office? – Nas regiões sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro, além do sul do país, estão a maior quantidade de profissionais e ainda tem muito potencial para explorar no mercado. Porém, ainda existem localidades muito pouco exploradas, como a região norte, nordeste e a centro-oeste, que ainda concentram perfis de investidores mais tradicionais e acostumados a aplicar em grandes bancos. Nessas regiões, nem todas as pessoas conhecem a XP Investimentos ou qualquer outra empresa de plataforma aberta, por exemplo.
  2. Qual a faixa salarial desse profissional? – O assessor de investimentos no início da carreira atua geralmente realizando trabalhos de back-office e atendimento de clientes de menor renda. A remuneração inicial varia entre R$ 2 e 4 mil, dependendo do perfil do profissional. Porém, no nível sênior a remuneração pode chegar a R$ 25 mil reais por mês.

(*) – Paulo Cunha é sócio fundador da iHUB Investimentos, empresa especializada em assessoria de investimentos. Também é palestrante e professor sobre investimentos de cursos em plataformas EAD.