O mundo parece estar de cabeça para baixo. Num piscar de olhos, o trabalho e a casa se fundiram como nunca. Tudo mudou, da maneira como fazemos compras à forma como nos relacionamos uns com os outros. Quando o assunto é aprendizagem, não é diferente, especialmente quando a necessidade de requalificação nos força não só fazer diferente, mas sim, fazer a diferença.
Não estamos aqui para falar como serão as coisas do futuro. Mas quando olhamos, por exemplo, para a indústria da moda, a definição de tendência é um gosto popular de uma determinada época. E podemos usar isso como metáfora para as tendências de aprendizagem. Na área de T&D, assim como na moda, as tendências vêm e vão. As tendências existem para nos inspirar, ou seja, nem tudo aquilo que vemos em uma passarela é aplicável no nosso dia a dia.
Vamos escolher aqueles elementos que se adequam ao nosso biótipo, ao momento de vida e vamos implementar esses elementos na nossa rotina. Uma outra razão para essa metáfora ser excelente, é o fato de que uma tendência não necessariamente está dentro de um espaço de tempo delimitado. Aquilo que era tendência no passado, pode voltar a ser tendência hoje. E aquilo que hoje é considerado super bom, amanhã pode estar totalmente desconectado.
E não podemos falar de tendências sem definir criatividade e inovação. Criatividade é uma habilidade humana universal na criação de novas ideias. A inovação é a criatividade colocada em prática. Quando pensamos em inovação nesse formato, compreendemos que a inovação consiste em agregar valor a algo já existente. Por exemplo, as vacinas já existiam e os métodos para elas também, contudo, nós nunca antes vimos uma vacina implementada com tanta rapidez. Isso é inovação na prática.
“Na área de aprendizagem, nós precisamos fazer exatamente a mesma coisa. Nós precisamos entender quais são os elementos que podemos trazer para a prática, agregando valor aquilo que já existe. Assim estaremos inovando no desenvolvimento de talentos na área de T&D”, diz Flora Alves, CLO da SG – Aprendizagem Corporativa.
Pensando em inovação e tendências na área de talentos, uma pesquisa do Global Sentiment 2021 diz que as três primeiras tendências na área de desenvolvimento em 2021 são: upskilling e reskiling, em primeiro lugar; colaboração, a aprendizagem no formato social, em segundo lugar; e a tecnologia, em terceiro lugar.
. Upskilling – É “aprimoramento”, diz respeito a se desenvolver no campo em que já possui certo domínio. Aqui, o resultado é que o profissional desenvolve suas qualificações atuais, aumentando as possibilidades de agregar valor à instituição em que trabalhar.
. Reskilling – A tradução aproximada é “requalificação”. Significa, essencialmente, aprender novas habilidades a fim de tornar-se apto a realizar um trabalho diferente. Uma iniciativa da organização, que considera que o profissional possa ser melhor utilizado em um setor diferente, ou pessoal, derivada da vontade de mudar de função ou campo.
Upskilling pode te ajudar a crescer e agregar mais valor à organização – ou se tornar mais atrativo como candidato para as companhias durante processos seletivos. Reskilling, por sua vez, serve como um ajuste de rota, para chegar mais perto do que quer ou precisa, como profissional. Não importa qual faça mais sentido para você, é importante não deixar de investir no próprio desenvolvimento em qualquer fase que esteja.
“A colaboração subiu no ranking esse ano, além da necessidade que temos de desenvolver as nossas habilidades, compreendemos que a colaboração é o nosso aliado principal. A colaboração aliada à tecnologia, aos meios digitais, faz o nosso ambiente de aprendizagem de hoje. Pense você, no último ano, quais foram os seus novos aprendizados? E aí olhando para o upskilling, sem sombra de dúvidas você precisou aprender muito em um curto espaço de tempo”, explica Flora Alves.
As pessoas gostam e querem aprender de forma colaborativa. Para isso, existem tendências, atividades e metodologias, que nos levam a isso como: work on cloud, comunidade de prática, aprendizagem pela resolução de problemas, metodologias baseadas em design thinking, interações e atividades em geral realizadas em grupo. Como trazer a tendência da passarela para a prática?
O principal é analisar a sua audiência e compreender a cultura da sua organização, entender o contexto. E aí sim, escolher qual metodologia vai trazer para o seu contexto de maneira prática, aplicando na realidade e promovendo espaços propícios para que a aprendizagem aconteça de maneira segura. Um relatório da Pearson diz que 88% das pessoas precisarão de mais responsabilidade e direcionamento próprio sobre o seu aprendizado e sua requalificação no trabalho. Ou seja, cabe a nós criarmos condições para que isso aconteça.
“Nós facilitadores sempre soubemos da importância de envolver o outro no seu aprendizado, mas agora as empresas também se dão conta disso e favorece os ambientes necessários para que os aprendizes possam ser autodirigidos. Isso é fundamental e casa com aquela colaboração já citada aqui. Nós saímos de produtores de conteúdos para curadores de conteúdos. A tendência é irmos eliminando o controle e desenvolvendo cada vez mais uma cultura de aprendizagem.
O que precisamos fazer de verdade é colocar o aprendiz no centro do processo. Precisamos sair do nosso lugar e conversar com essas pessoas. Precisamos entender quais são as necessidades do Reskiling e upskilling na perspectiva deles. Isso significa um grande exercício de empatia. Você precisa parar de trazer as pessoas para uma intervenção online síncrona se você não pretende engajar essas pessoas no próprio aprendizado delas.
Precisamos usar metodologias ativas para envolver essas pessoas e deixá-las decidir o que é importante para elas e para a realidade delas”, pontua Flora Alves. Assim como na moda, as coisas vêm e vão. O ideal é estarmos antenados às tendências e não nos apegarmos com aquilo que é moda só porque é moda. Analisar a tendência e conectá-la ao contexto e cultura organizacional, isso sim será a grande chave do sucesso! – Fonte: (https://br.linkedin.com/company/sgaprendizagemcorporativa).
