Em uma época em que se fala muito sobre abusos financeiros, é preciso considerar que eles não ocorrem apenas em relacionamentos entre casais. Podem acontecer entre familiares e amigos e afetar as pessoas com mais idade que, muitas vezes, se encontram mais fragilizadas.
De acordo com Thiago Martello, fundador da Martello EF, empresa que abocanhou investidores no programa Shark Tank Brasil ao oferecer uma metodologia própria, é muito comum que os aposentados acabem emprestando o nome e o cartão de crédito, pedindo empréstimos e fazendo dívidas, mesmo sem vontade, para pessoas próximas.
“Como têm uma receita garantida que vem da aposentadoria, muitas vezes acabam tendo que assumir contas que não são deles porque não se sentem fortes para contestar o pedido de um filho ou de um neto”, afirma.
Segundo o educador e planejador financeiro, não são poucos os casos em que os aposentados muitas vezes são a única pessoa da família que consegue pedir um empréstimo por conta da receita garantida. “E é nesta hora que outras pessoas podem pedir para que façam empréstimos consignados, por exemplo, pelos mais variados motivos”, explica. “No fim de ano, então, em que há pagamento de 13º salário, o cuidado deve ser maior”.
Martello ressalta que quem empresta o nome e faz dívidas atendendo aos pedidos de outras pessoas, sejam parentes ou amigos, assume uma responsabilidade financeira. “Caso essas pessoas não paguem o que foi combinado, é o aposentado que pode ficar com o nome sujo. E, no caso do consignado, ele já perde parte da aposentadoria antes mesmo de recebê-la”.
Para Martello, é preciso que o aposentado observe se os pedidos têm fundamento, se são para algo emergencial ou são apenas futilidades. “Muitas vezes o filho perdeu o emprego, mas está à procura e precisa apenas de um auxílio momentâneo, ou o neto precisa de apoio para realizar um curso e ter um aumento de salário, mas são situações temporárias”, exemplifica.
“Outra coisa é alguém pedir para o avô pegar dinheiro emprestado porque quer um tênis novo ou trocar de bike”, avalia. Além disso, ele ressalta que quem geralmente pede para usar o nome do outro é porque não cuidou bem do próprio nome. “Neste caso, provavelmente também não irá cuidar bem do nome de quem pediu o empréstimo para ajudá-lo”, diz.
De acordo com o fundador da Martello EF, o aposentado deve buscar ajuda se ainda estiver bem para tomar decisões, procurando alguém em quem confie. “E, caso não esteja, é importante que os parentes e amigos que se importam com ele estejam atentos a situações de abuso financeiro para que eventuais providências possam ser tomadas”, avalia.
Fonte e outras informações: (https://martelloef.com.br/).