O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim defendeu, durante conferência internacional da Fundação Perseu Abramo ontem (10), a formação de uma frente ampla “deslocada um pouco para a direita” para fazer oposição ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, como forma de sobrevivência dos partidos de esquerda no Brasil.
“No momento, o País exige uma frente ampla democrática em que a linha divisória vai ter que se deslocar um pouco para a direita porque, se não, nós não sobreviveremos”, disse o ex-chanceler ao lado de representantes de partidos de esquerda de Espanha, Portugal e Uruguai, em São Paulo.
Na opinião de Celso Amorim, faltou ao PT entender o que ele chamou de fenômeno que elegeu Jair Bolsonaro e aliados nos governos estaduais e no Congresso. Para ele, a exemplo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o apoio de setores econômicos e de líderes religiosos permitiu a eleição do candidato do PSL na disputa com um discurso não racional e um apelo à “autoridade”. “Não é para fazer o mesmo, mas temos que entender isso.”
Amorim chegou a ser cotado como candidato ao governo do Rio pelo PT. “Ainda bem que não fui. Perderia de maneira humilhante porque o candidato que ganhou a eleição no Rio, Wilson Witzel, 15 dias antes da eleição eu, que fui pré-candidato, nunca tinha ouvido falar o nome dele”, declarou (AE).