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Ambientes severos: o impacto da qualidade do material no mercado de construção civil

em Destaques
terça-feira, 03 de setembro de 2024

Christian Speyer (*)

Não é novidade que o mercado de construção civil desempenha um papel fundamental na economia brasileira. Segundo um estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a indústria de construção movimentará cerca de R$ 796,4 bilhões na economia do país até 2026.

Um mercado desse porte, no entanto, enfrenta desafios complexos. Entre as principais questões que impactam o segmento estão os chamados ambientes severos, que, devido às suas particularidades, não apenas exigem operações específicas, mas também tornam obrigatória a utilização de materiais de alta qualidade.

  • Os desafios presentes em ambientes severos – Primeiramente, é essencial definir o que são ambientes severos. Esses ambientes são caracterizados por fatores climáticos ou químicos que degradam os materiais utilizados na construção. Entre os principais fatores estão a maresia, a chuva ácida e os gases ácidos.

Essas condições extremas exigem soluções inovadoras e materiais de alta resistência para garantir a durabilidade e a segurança das estruturas. Um material inadequado para o ambiente pode reduzir sua vida útil em até 80%, gerando manutenção constante e, em muitos casos, a necessidade de substituição do material.

Isso frequentemente interfere em outros componentes da construção e pode comprometer a segurança, aumentando os custos de manutenção e reparo.
Materiais menos nobres exigem uma limpeza e conservação mais difíceis, e mesmo com esses cuidados, a durabilidade não será tão longa.

A curto prazo, os materiais adequados para esses ambientes podem parecer mais caros. Entretanto, ao considerar o médio e longo prazo, eles se mostram muito mais econômicos, tendo em vista a vida útil significativamente maior em comparação a um material inadequado, refletindo em uma considerável economia financeira.

Além disso, a falta de informação e a tendência de priorizar o preço sem analisar as diferenças de qualidade, especialmente em ambientes severos, agravam o problema. Escolher materiais de alta qualidade desde o início da obra é fundamental para garantir a durabilidade e a segurança das construções, resultando não só em economia, mas também em eficiência a longo prazo.

  • Importância de contar com material de qualidade nos cercamentos – Utilizar materiais adequados é fundamental, especialmente quando se trata de cercamentos, que estão constantemente expostos aos fatores presentes em ambientes severos.

Em áreas com alta umidade, os materiais mais indicados para evitar problemas de deterioração são aqueles com camada de galvanização, materiais revestidos ou aço inoxidável. Um arame mal escolhido pode sofrer um processo de oxidação prematuro, afetando inicialmente a estética e, em um pequeno espaço de tempo, comprometendo também a segurança.

Em ambientes costeiros, onde há exposição à salinidade, é recomendável utilizar arames galvanizados com revestimento de PVC de alta aderência para a construção civil. Na agropecuária, os arames com tripla camada de galvanização são os mais indicados. Já em regiões com chuvas ácidas, o cercamento com material galvanizado e revestido com PVC de alta aderência é o mais indicado.

Em áreas com radiação solar intensa, para materiais revestidos, plásticos ou pintados, é importante verificar qual aditivo UV foi aplicado e por quanto tempo ele oferece proteção. Existem aditivos no mercado que duram de 3 meses até 10 anos ou mais. Este componente influencia significativamente o custo final do material e sua eficácia será notada ao longo do tempo.

Além disso, é crucial verificar se o material possui garantia de fábrica que cobre todos os itens do cercamento, garantindo a qualidade e a durabilidade necessárias para enfrentar as condições adversas do ambiente. Quando um empreendimento é entregue com materiais de qualidade inferior, a construtora pode enfrentar custos elevados com garantias e manutenções futuras.

Entregar um produto de qualidade não apenas reduz os custos de substituição, mas também diminui os gastos com pós-obra. No final, isso resulta em uma maior satisfação do cliente e um fortalecimento da reputação da empresa no mercado de construção civil, setor tão fundamental para a economia brasileira.

(*) – É Gerente de Marketing da Morlan, metalúrgica com forte atuação nos mercados de agropecuária, construção civil e industrial (https://www.morlan.com.br/).