O avanço da digitalização dos negócios durante a pandemia fez com que o varejo se transformasse e ficasse muito mais dinâmico. As empresas precisaram expandir seus negócios e garantir ao consumidor todas as formas possíveis de se adquirir um produto diretamente ligado a diferentes tecnologias, como o metaverso ou até mesmo plataformas de live commerce.
Esse fenômeno é conhecido como Alt Commerce, termo oriundo de Alternative Commerce, em inglês ou Comércio Alternativo na tradução literal.
“Essa tendência pode parecer complexa para alguns empreendedores, mas a ideia é que a entrega seja ‘simples’ aos olhos dos consumidores e muito bem estruturada e com tecnologia empregada para se chegar ao objetivo final. O grande desafio aqui é aprender a lidar com a forma antiga de se fazer as coisas e abraçar uma nova mentalidade, que empregue mais inovação, tecnologia e entretenimento”, comenta Lyana Bittencourt, CEO do Grupo Bittencourt.
O desafio começa em estruturar um modelo de abastecimento que abrace todos os canais, um passo fundamental, mas que não é o suficiente quando o assunto é Alt Commerce. Na modalidade é preciso haver uma automatização da distribuição dos produtos, integrar diferentes meios de pagamento, além de promover modelos híbridos de entrega.
Chegamos em um ponto em que comprar no online e retirar na loja física ou comprar na loja e receber em casa não é mais o desejado, é o mínimo esperado pelo consumidor. Agora temos situações em que um produto é vendido numa dimensão como o metaverso e utilizado apenas no mundo virtual – compras reais mas que estão apenas na dimensão digita, ou ainda compras feitas por voz via inteligência artificial.
O Alt Commerce então se apresenta com uma gama inimaginável de opções inclusive para que a experiência de compra se assemelhe a um show, seja com a gamificação ou com influenciadores testando e vendendo produtos através do vídeo.
. Metaverso – Foi o tema mais discutido no início do ano com as previsões sobre as tendências do varejo. O mundo inteiro passou a pensar em possibilidades de venda em ambientes imersivos, algo que já deixou de ser futurista e entrou na agenda das grandes marcas. No mercado de luxo, por exemplo, a Ralph Lauren e Balenciaga estão olhando para as lojas virtuais do metaverso como uma forma de testar coleções, construir reconhecimento de marca e vender!
. Live Commerce – A modalidade de vendas por vídeo é uma das opções quando pensamos em Alt Commerce, isso porque há uma entrega completa de experiência e relacionamento com conexão real e instantânea com os consumidores, além de levar para dentro de casa a humanização vista nas lojas físicas. Isso porque por meio de uma plataforma de live commerce, a marca consegue apresentar seus produtos, interagir com os clientes e converter novas vendas em um só lugar.
E além do formato único e das possibilidades de interação da marca com o público, o live commerce também possibilita que o consumidor participe diretamente da construção da ação, fazendo parte de tudo que acontece. Para Marcio Machado, CEO e fundador da StreamShop, plataforma pioneira em live commerce no país, esse modelo é um importante braço do Alt Commerce, já que une a tecnologia e o entretenimento para diferentes públicos em um só lugar ao estilo de cada marca.
“A modalidade de vendas possibilita uma variedade de possibilidades de navegação em um catálogo completo de produtos sem restrição de skus, além de diferentes meios de pagamento, destaque promocional na tela enquanto o vendedor ou influenciador está falando sobre determinado produto, além de inclusão e navegação por vídeos, sejam eles ao vivo ou gravados. Acreditamos que o live commerce é o ponto alto, junto ao metaverso, quando falamos de Alt Commerce, pensando justamente na essência do conceito”, complementa o especialista.
. Omnifulfillment – Muitos especialistas afirmam que o omnichannel é coisa do passado, e que está na hora de abandonarmos o pensamento binário do online e offline e abraçar o mundo ‘não-linear’. As novas gerações estão em busca do ‘omnifulfillment’, um modelo formado por lojas que funcionarão praticamente como um hub para entrega de produtos.
O ‘ship from store’ vai tratar as lojas como mini centros de distribuição, ou ainda, como pontos de retirada de produtos. Afinal, a linearidade não combina com os novos hábitos dos consumidores, que estão cada vez mais conectados e fugindo de caminhos tradicionais.
“As cadeias de abastecimento ganham papel ainda mais relevante nas empresas por conta da diversidade de canais e suas intersecções, além do olhar para a conveniência do consumidor. Como estar com produtos disponíveis em todos os lugares e ainda fazer uma entrega cada vez mais rápida?
Desenha-se no mundo todo uma nova jornada de compras que passa por uma junção da loja física com o universo online, uma vez que os consumidores já estão muito mais maduros digitalmente do que eram no passado”, finaliza Lyana Bittencourt. – Fonte e outras informações (https://bittencourtconsultoria.com.br/).