O presidente Temer indicou ontem(26), que o Mercosul poderá chegar, em setembro, a um termo de acordo de livre comércio com a União Europeia.
As tratativas começaram no fim da década de 1990, e ainda há cerca de trinta questões pendentes, segundo ministros do governo. Temer negou que o acordo fechado pelos Estados Unidos com a União Europeia afete as negociações do Mercosul com o bloco.
“As questões relativas à aliança do Mercosul com a UE ainda estão em tratativas. Nada atrapalha o fato de os Estados Unidos fazerem uma aliança, aliás, tarifária, com a UE. As conversações continuam, há uma reunião marcada novamente em setembro. Eu e o presidente Macri nos esforçamos para isso ao longo do tempo. E não é improvável que em setembro se consiga fechar esse acordo. Eu acredito”, disse o presidente durante a 10ª Cúpula dos Brics, realizada na África do Sul.
A visão de Temer é compartilhada pelo ministro da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Marcos Jorge. Ele não acredita que a aproximação entre Estados Unidos e Europa possa adiar ainda mais o acordo entre Mercosul e UE. “No Brasil, tratamos de diversos acordos com várias equipes. O lado europeu também tem estrutura para tratar com os Estados Unidos e conosco. São tocadas paralelamente, e uma coisa não se sobrepõe à outra”, afirmou.
Segundo o ministro Blairo Maggi (Agricultura), um dos entraves ao acordo é a tarifação zero do vinho nos blocos. Além dos europeus, que possuem forte produção e exportação da bebida, Uruguai e Argentina, também produtores tradicionais na América do Sul, são a favor. Mas, segundo o ministro, a ainda incipiente indústria nacional poderia ser extremamente prejudicada com a medida, afetando inclusive o turismo na Região Sul do País (AE).