Thiago Leão (*)
Atualmente, a tecnologia tem caminhado a passos largos para se normalizar no ambiente empresarial do país. Segundo uma pesquisa promovida pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o nível de maturidade digital no setor produtivo deu um salto de 11%, em comparação ao estudo anterior.
Olhando para o segmento industrial, mais especificamente com relação a pequenas indústrias, o cenário é parecido, vista a importância de um setor de alta influência para o desenvolvimento econômico e a própria geração de empregos no Brasil. Todo esse movimento rumo à automatização não é por acaso.
A inovação por meio de tecnologias digitais, se bem colocada, apresenta condições factíveis de solucionar gargalos, organizar processos efetivos e contribuir para um ambiente de produtividade com boa gestão.
A exemplo de soluções de ERPs especializados para a área industrial, as possibilidades são atraentes, de fato, mas para que determinada transição digital seja bem-sucedida, é imperativo reconhecer como e onde o sistema pode ser utilizado, de forma aderente e efetiva.
O sistema contribui para a tomada de decisão baseada em dados e no desenvolvimento da estratégia ou processo estabelecido. Com esse objetivo colocado à mesa, alguns sistemas com recursos de ponta ajudam na análise e dimensionam o potencial tecnológico à serviço de indústrias de pequeno porte.
- – Falta de controle sobre a rotina operacional – Em primeira instância, a tecnologia de gestão surge como uma aliada de grande valor organizacional. Isso significa, em outras palavras, uma abertura para que o gestor reformule etapas rotineiras para o funcionamento e o crescimento das operações, incluindo a administração e PCP. Dentro de sistemas manuais, com planilhas encabeçando um dia a dia desorganizado e suscetível a falhas, a cadeia de produção por sua totalidade ficará em risco.
Um ERP específico para fábricas e robusto tem condições de assegurar parâmetros para procedimentos padronizados, oferecendo um controle integrado sobre o que acontece no cotidiano industrial, em todas as frentes — e mais, interligando diferentes departamentos em uma só plataforma. Sob o ponto de vista gerencial, trata-se de uma mudança bem-vinda.
- – Atividades morosas e ineficientes – Outro ponto de atenção para pequenas indústrias, que também é originado pelo uso de métodos manuais, é a baixa eficiência, considerando o ritmo desacelerado de processos pendentes de intervenção humana.
Frente à finalidade de expandir seus horizontes estratégicos e mercadológicos, a tecnologia carrega o trunfo de não só remediar problemas de gestão, mas de abrir portas para um novo estágio de produtividade e automatização.
Com um controle interno respaldado digitalmente, é possível identificar gargalos e levantar onde os recursos podem ser melhor alocados, de modo a explorar todo o potencial estimado.
Sob o ponto de vista dos profissionais, as expectativas são igualmente promissoras. Sem retrabalhos e com etapas repetitivas a cargo da máquina, o capital humano será valorizado e, principalmente, direcionado para atividades de teor estratégico.
- – Otimização de orçamento e lucratividade – Ter mais clareza financeira, expondo oportunidades de lucratividade e diminuindo custos desnecessários, é um movimento almejado por inúmeras organizações. Quando a escala operacional é menor, a margem para erros, dentro do escopo de economia, é fortemente reduzida.
O ERP otimiza a esfera administrativa e proporciona um controle minucioso sobre o estoque e produção através de funcionalidades avançadas. Ao jogar luz em perdas recorrentes e falhas prejudiciais, será muito mais fácil propor melhorias para reverter em ganhos de tempo e recursos.
O resultado é uma rotina operacional preparada para evoluir de acordo com referenciais seguros, confiáveis e condizentes com a era 4.0 que tem acometido o campo industrial.
“Controle” foi um termo recorrentemente utilizado, e até um elemento comum entre os três benefícios a serem extraídos via implementação tecnológica de um ERP industrial.
Entendo que, para pequenas indústrias, a tecnologia pode ser visualizada com a devida abrangência, mas sua introdução demonstra um caráter inicial de preparar uma estrutura de operações capaz de progredir, por meio de um ordenamento coeso e amparado por uma visão holística de ponta a ponta, sobre tudo o que acontece internamente.
Com isso posto, o espaço para evolução será gradualmente consolidado, apontando para um futuro em que projeções deixem o campo teórico e se personifiquem em termos práticos.
(*) – Engenheiro Mecânico pela UERJ, é Diretor Comercial da Nomus, especializada no desenvolvimento de sistemas para gestão de indústrias (https://www.nomus.com.br/).