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Mosca gigante vive no Brasil

em Colunistas, Rosângela Demetrio
sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Você sabia que existem 12 mil espécies de moscas, mosquitos, borrachudos e mutucas, insetos da ordem Diptera, que vivem no Brasil?

E este número promete aumentar. No mês de novembro foram descritas em dois trabalhos de pesquisa diferentes, financiados pela Fapesp, nove espécies de mosca-soldado e duas espécies de moscas-gigantes, as maiores do mundo.
Segundo a Agência Fapesp, a maior mosca que existe é brasileira, a Gauromydas heros, que mede 6 cm desde a ponta do abdômen até a ponta da cabeça. Normalmente, as moscas comuns medem 0,5 cm. As moscas gigantes passam grande parte da vida como larvas, tendo uma fase adulta curta.
Há registros de que, em 2000, uma mosca da espécie G.heros foi vista no Parque Estadual do Rio Doce, em Minas, medindo 7 cm de comprimento. Fato que me remete a uma triste reflexão: depois dos últimos acontecimentos ecológicos naquela região, com a quebra da barragem de uma mineradora na cidade de Mariana (MG), talvez nem mesmo as moscas tenham sobrevivido. Que lástima!
Pessoas comuns como eu, não costumam pensar muito sobre moscas. Mas, existem pessoas que dedicam uma vida toda a estudá-las. É o caso da zoóloga Julia Calhau, que foi entrevistada pela Agência Fapesp. Ela estuda moscas desde 1998 e atualmente faz pós-doutorado na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), em Dourados (MS). Pela entrevista da doutora, notei que as espécies deste inseto variam de região para região. A G. papaveroi, que mede 4 cm, é encontrada no Pará, no Amazonas e em Santa Catarina, além de na região de Salta, na Argentina, e na Costa Rica.
Deve ser extremamente difícil estudar espécies diversas de insetos, seus hábitos, comportamento, como se reproduzem e sua evolução. Na matéria da Agência Fapesp consta que grande parte do que se sabe sobre os hábitos dos indivíduos das novas espécies de moscas, é resultado de estudos publicados nos anos 1940, feitos pelo entomólogo tcheco José Francisco Zikán, que emigou para o Brasil em 1902 e as estudou por 40 anos no Parque Nacional de Itatiaia, no Rio de Janeiro.
Em respeito às moscas, não vamos confundí-las com vespas, nem com marimbondos. Elas não transmitem doenças e nem têm importância econômica ou agrícola, mas existem e são a razão do estudo e, por que não dizer, da vida de muitas pessoas. Se você achou esse tema interessante e quer saber mais, acesse o link (http://agencia.fapesp.br/novas_especies_de_moscas_sao_gigantes_e_tem_cara_de_marimbondo/22400/).

(*) – É jornalista e ativista pela Cultura da Paz ([email protected]).