Heródoto Barbeiro (*)
Falar a mesma língua é o elemento central para a construção de um império.
Ele deve lutar para que todos os que têm a mesma identidade cultural e de costumes vivam em um mesmo país. Dentro das fronteiras imperiais. Nem que para isso seja necessário montar um grande exército capaz de levar essa ideologia para frente a ferro e fogo.
Nada pode deter uma máquina mortífera disposta a passar por cima de qualquer país que ouse atrapalhar a construção da super nação. Quem se puser na frente dos modernos tanques será esmagado, diz o fleugmático líder. O império acalenta uma estratégia de se tornar um player global e precisa de uma bandeira para juntar povos europeus que têm a mesma origem.
Todos juntos na luta pela supremacia militar, política e econômica. As potências têm que abrir espaço na condução da geopolítica global mesmo com o risco de provocar um conflito de proporções inimagináveis. Os líderes europeus assistem ora surpresos, ora assustados as reivindicações territoriais defendidas pelo líder.
O império tem experiência em conflitos e todos se lembram de sua participação na guerra mundial que consumiu a vida de milhões de soldados nas trincheiras, muitos asfixiados pelo uso de gás na guerra, e outros milhões de civis em cidades que foram atacadas impiedosamente.
A pressão para a expansão das fronteiras do império aumenta e muitos temem que uma nova guerra mundial possa acontecer a qualquer momento. Todos os atores dessa crise mergulham em uma corrida armamentista e sustentam que a única forma de impedir uma invasão em país vizinho é a paz armada. A política de apaziguamento é o entendimento dos países democráticos como forma de evitar um confronto direto com o império.
Acalmar os ditadores no poder, dizem os diplomatas ocidentais, é uma forma de se encontrar uma saída negociada para a crise que vive a Europa. Os esforços culminam com uma reunião na cidade de Munique.
Invadir países é o auge da construção da hegemonia europeia e quiçá mundial do regime alemão. Os primeiros ministros da França e do Reino Unido acalmam os seus povos com discursos de que uma grande guerra pode ser evitada se o império pudesse esticar suas fronteiras e anexar povos que falam a mesma língua. A teoria urdida pelos estrategistas fica conhecida como política do Espaço Vital.
As ameaças do III Reich dobram as democracias ocidentais, mesmo depois da anexação da Áustria. Hitler percebe a tibieza dos negociadores e reivindica parte da Tchecoslováquia.
Lá vivem alemães, logo devem ser anexados ao Reich. Reunidos em Munique, o primeiro ministro da França Deladier, o do Reino Unido,Chamberlain, o ditador fascista Mussolini e ditador nazista Hitler batem o martelo e tudo o que foi conquistado pela força militar do Reich deve ter o reconhecimento das democracias.
Parte da Tchecoslováquia é anexada. Este é o sinal que o ditador nazista espera para continuar sua política de invasões, ou de anexações com diz a propaganda do Reich. As forças armadas nazistas se concentram agora na fronteira da Polônia e a justificativa é a mesma: há alemães no porto polonês de Danzig. Tudo está pronto para mais uma invasão de um país vizinho.
O último passo para a eclosão da segunda guerra mundial que vai implantar o terror nazista com o bombardeio de civis e os campos de concentração onde milhões são assassinados em nome de uma supremacia global.
(*) – É jornalista do R7, Record News e Nova Brasil fm. Palestras e Midia Training (www.herodoto.com.br).