
Conforme destacado pela 6ª Pesquisa de Maturidade de Compliance no Brasil, realizada pela KPMG em 2024, as atribuições da área de compliance continuam a evoluir para atender às crescentes demandas regulatórias e de governança. A pesquisa destacou que monitorar os indicadores-chave de compliance, gerenciar canais de denúncias, desenvolver treinamentos e revisar políticas e procedimentos são tarefas que ocupam o centro das operações de compliance nas empresas brasileiras. Essas responsabilidades buscam garantir a conformidade regulatória e, ao mesmo tempo, fortalecer a reputação e a integridade das organizações.
Um ponto interessante é que a pesquisa revelou que 76% das empresas já monitoram indicadores de compliance de maneira estruturada, refletindo uma maturidade maior em relação aos anos anteriores. Além disso, 74% das organizações confirmaram que mantêm políticas e procedimentos atualizados, um sinal claro de que o compliance está se consolidando como um componente estratégico. Por outro lado, áreas como a comunicação com agentes reguladores e a revisão de passivos gerados por não conformidades ainda apresentam espaço para melhorias significativas.
Ao olharmos para o futuro, é relevante considerar que os desafios tecnológicos e as demandas sociais tornam as atribuições do compliance cada vez mais integradas às operações de negócios. A próxima fase de maturidade das organizações pode estar no alinhamento entre compliance e inovação, com o uso intensivo de tecnologia para análise preditiva e gestão de riscos. Esse alinhamento será essencial para lidar com um cenário regulatório em constante mudança e com as crescentes expectativas dos stakeholders.
No entanto, uma questão permanece: como as empresas podem equilibrar o cumprimento das atribuições tradicionais de compliance com a necessidade de inovar e adotar tecnologias avançadas sem comprometer a sua integridade?
Nas três colunas em que falamos sobre esse importante tema, exploramos os principais riscos, desafios e atribuições do compliance no Brasil, com base na pesquisa da KPMG. Assim, podemos afirmar que o compliance evoluiu de um conjunto de tarefas operacionais para se tornar um pilar estratégico na governança corporativa, trazendo novos desafios e oportunidades para o ambiente de negócios no país.
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Denise Debiasi é CEO da Bi2 Partners, reconhecida pela expertise e reputação de seus profissionais nas áreas de investigações globais e inteligência estratégica, governança e finanças corporativas, conformidade com leis nacionais e internacionais de combate à corrupção, antissuborno e antilavagem de dinheiro, arbitragem e suporte a litígios, entre outros serviços de primeira importância em mercados emergentes.