O mundo corporativo mudou consideravelmente nos últimos anos. E essa transformação foi puxada pelos próprios profissionais, que hoje tiraram o poder das mãos das empresas para guiar suas carreiras e se tornaram protagonistas de suas próprias jornadas profissionais. E isso vale para várias hierarquias de liderança, incluindo os executivos C-Level.
Segundo André Freire, sócio-diretor da EXEC, empresa focada em Executive Search, há cinco anos os executivos buscavam outros tipos de diferenciais para aceitar uma vaga de emprego. “Eles estavam atentos aos benefícios extras que a empresa poderia oferecer, como carro, escola para os filhos. Hoje isso não atrai mais a atenção deles, principalmente os mais jovens”.
Freire aponta cinco diferenciais que os executivos C-Level estão levando em conta na hora de aceitar um emprego. Confira:
1 – Empresa que tenha um ambiente pautado nos princípios ESG – Segundo Freire, esse é um dos diferenciais mais requisitados atualmente pelos executivos. “É um ambiente que prioriza a ética, a sustentabilidade e a diversidade, sendo esta última cada vez mais importante na visão deles pois entendem que a diversidade traz uma visão mais ampla do negócio e proporciona trocas mais ricas”.
2 – Trabalho com propósito – Antigamente, os executivos ingressavam em uma empresa e ali construíam sua carreira por anos. Hoje, se não houver um propósito em sua atuação, o executivo C-Level não demonstra interesse na cadeira. Isso é bastante latente principalmente nas novas gerações, que sobem mais rápido ao cargo de CEO, pois têm uma visão mais pragmática sobre a carreira, que hoje está no controle deles. Esses profissionais não pensam duas vezes em buscar algo que os preencha.
3 – Oportunidade que lhes traga autonomia e inovação – Diferentemente de décadas anteriores, hoje o profissional quer um ambiente onde consiga inovar e tenha espaço para errar. Na visão deles, se a empresa não erra, ela não cresce, assim como os próprios profissionais. Eles querem locais que possibilitem colocar em prática novas metodologias, como o trabalho ágil, por exemplo, e que tenham acesso a novas tecnologias para promover crescimento.
4 – Liberdade para trabalhar de onde quiser – A pandemia transformou o modelo de trabalho tradicional, no qual era considerado produtivo e comprometido aquele funcionário que ficava horas dentro do escritório. Com a necessidade do isolamento, as empresas tiveram que se adaptar à rotina do home office, algo que inclusive passou a ser realidade dos próprios CEOs.
Hoje, com o retorno ao trabalho presencial, muitos deles valorizam uma proposta de trabalho que ofereça uma jornada híbrida, que proporcione a eles uma liberdade de localização. Ele não precisa mais morar na cidade-sede da empresa e a pandemia mostrou que eles conseguem atuar sem a necessidade de estar todos os dias no escritório. O home office despertou neles a importância de ter uma vida mais equilibrada.
5 – Busca por projetos e não por trabalho – De acordo com Freire, essa é uma visão mais futurista, mas que deve ganhar corpo a médio e longo prazo. “Não faz sentido um profissional se dedicar 10/12 horas por dia em uma empresa fazendo certas coisas nas quais ele não é tão bom e ter espaço para se dedicar para outras nas quais ele faz com excelência”.
Para ele, os CEOs estão em busca de projetos que estejam alinhados às suas qualidades e anseios, podendo trabalhar em várias empresas ao mesmo tempo, segundo coleta de informações em suas vivências de coaching e mentorias. Hoje já existem os squads nas empresas, que junta gente bacana e preparada para trabalhar em determinados projetos. Se há cinco anos o candidato falasse que gostaria de trabalhar com projetos, não conseguiria a vaga.
Para Freire, essas mudanças não têm mais volta. O executivo tomou as rédeas de sua carreira e o dinheiro não será mais um atrativo para levá-lo a um cargo de CEO. Tem gente que declina propostas financeiramente muito atraentes porque esses diferenciais não estavam no pacote”. – Fonte e outras informações: