David Braga (*)
Sabe quando criamos, de maneira consciente ou inconsciente, obstáculos e empecilhos na hora de realizar alguma tarefa ou buscar nossos objetivos?
Então, o nome disso é autossabotagem, e ela é mais comum do que você imagina! Não é algo intencional, mas, muitas vezes, ocorre de forma repetitiva e acaba prejudicando sua vida, seja na esfera profissional, seja na pessoal. Os comportamentos de autossabotagem mais comuns são a procrastinação, a automedicação, o consumo excessivo de álcool, além de se alimentar de forma exagerada.
Nesse contexto, é importante a pessoa tentar investigar, primeiramente consigo mesma, as possíveis razões para estar agindo dessa forma. Depois de entender o que tem te atrapalhado, você poderá tentar desafiar essas crenças e esses medos ocultos. E, como digo constantemente, o autoconhecimento é primordial para tomar essa atitude, pois, para superar a autossabotagem, o primeiro passo é reconhecer um padrão, ou seja, aquilo que se repete em sua vida.
Você costuma se atrasar sempre? Sabota a própria dieta ou a academia de musculação? O que faz, frequentemente, que te prejudica? No ambiente de trabalho, você vive reclamando da empresa ou do seu líder? – Após essa reflexão, é preciso entender se existe algum pensamento negativo dentro de você e que te leva a essas ações.
Ao identificá-lo, é possível reprogramar esses sentimentos e traçar metas, além de criar caminhos para conquistar o que deseja. Segundo o psicólogo Stanley Rosner, coautor do livro “O Ciclo da Autossabotagem”, “a maioria dos comportamentos autodestrutivos estão fora do domínio da consciência”.
Portanto, ao perceber uma ação de autossabotagem, faça algumas perguntas a você mesmo. Por exemplo: o que eu ganho agindo assim? O que eu perco se parar de agir assim? O que acontece se eu não tiver mais essa desculpa para não dar certo? As respostas podem ser surpreendentes. Adiamentos de decisões e situações que começam a ser evitadas – por exemplo, medo de comunicar ao líder que vai atrasar a entrega de um trabalho porque não dará conta de cumprir o prazo – são sinais de que algo não vai bem.
Se a pessoa não conseguir fazer essa autoanálise sozinha, é recomendável procurar uma ajuda profissional, seja um terapeuta tradicional, seja um processo de coach, para orientá-la e ajudá-la a organizar melhor pensamentos, ideias e dúvidas. A pessoa que se boicota deve enfrentar a si mesma, pois somente passando por obstáculos é que nos tornamos mais corajosos e encontramos a nossa verdadeira força interior.
É com protagonismo, transparência e leveza que poderemos alcançar uma vida mais plena. Pense sobre isso!
(*) – É CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos; conselheiro de Administração e professor convidado pela Fundação Dom Cabral; além de conselheiro da ABRH MG, ACMinas e ChildFund Brasil. Instagrams: @davidbraga