Paulo Lira (*)
2020 impôs de uma vez por todas a importância do uso das tecnologias nos negócios, mas, principalmente, trouxe impactos irreversíveis para as pessoas.
Digo isso, porque já era muito claro para as empresas que, em algum momento, seria preciso se apoiarem nas tecnologias para conseguirem se desenvolver e manter suas operações. E, o ano passado, só reforçou esse posicionamento. Mas, e para as pessoas como essa revolução digital tem transformado os postos de trabalho e feito os colaboradores repensarem seus espaços dentro das corporações?
Não é de hoje que se aponta as mudanças contínuas nas posições empresárias. Ainda se especula muito como o ser humano irá competir com as máquinas e cargos que devem desaparecer ou aparecer nos próximos anos. Mas, será que a tecnologia é mesmo a vilã?
Desde 2000, falamos da chamada Indústria 4.0 ou a 4ª Revolução Industrial, para quem ainda tem dúvidas sobre este termo, ele permite a integração das principais tecnologias como Inteligência Artificial, Machine Learning, Big Data, IoT e Computação em Nuvem, a fim de promover impactos disruptivos nas empresas como, por exemplo, maior autonomia para as operações, aumento de produtividade e redução de custos e desperdícios.
Passados mais de 20 anos, a 4ª Revolução Industrial e as soluções evoluíram e se mostraram cada vez mais indispensáveis para as empresas. Além de abrir novas oportunidades para as companhias não só no âmbito corporativo, mas também para a cultura empresarial. Já sabemos que não é possível ter uma empresa digital com midset analógica.
Ou seja, a Indústria 4.0 trouxe a possibilidade de trabalhos colaborativos com times mais integrados, adaptabilidade e flexibilidade organizacional, lideranças mais humanas e compartilhadas, além de uma melhor análise e gestão de dados. Esse cenário que citei, talvez não seja mais novidade, e por que ainda temos profissionais e empresas que insistem em continuar nos modelos tradicionais?
Arrisco dizer que muitos ainda vivem o negacionismo e que não entenderam a importância da tecnologia para os negócios e relações. Por isso, a importância dessa transformação vir de forma hierárquica, e com líderes cada vez mais alinhados a cultura digital e ao RH. Desenvolver o engajamento das equipes, reforçar o papel de cada um, criar futuro, conectar os times, identificar novas oportunidades, construir um propósito transformador massivo e assumir riscos, são algumas das habilidades que os líderes precisam ter.
Mas, e os colaboradores? Qual é o papel deles nesta nova era? Como a 4ª Revolução industrial impactou essas pessoas? E, principalmente, como eles devem estar se preparando? Se você ainda não está nesta transformação, aconselho a começar agora. Mas, deixo aqui alguns pontos para que leve em conta nesta jornada. Começo a dizer que aprender, aprender e aprender, continua como regra para os profissionais que querem sobreviver a essa revolução.
Nunca o lifelong learning foi tão significativo quanto agora. As softs skills também continuam em alta nos próximos anos, cada vez mais será exigido dos profissionais o pensamento crítico, visão estratégia e de negócio e inteligência emocional, características que nunca poderão ser substituídas pelas máquinas. Desenvolver e aprimorar capacidades cognitivas, aprender mais sobre as novas tecnologias e como funcionam e acompanhar seu mercado e novas tendências, também nunca é demais.
A Industria 4.0 já é uma realidade e está trazendo rupturas importantes para o mercado de trabalho, para as empresas e sociedade. Novas oportunidades estão surgindo e o papel do colaborador está ficando cada vez mais em evidencia e ganhando novos desafios e significados. Enfim, uma infinidade de novas possibilidade estão se abrindo e o que você está esperando para desbravar esses novos caminhos?
(*) – É gerente de produtos da HSM University.