Kim Archetti (*)
Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa, apenas 8% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são capazes de se expressar de forma plena.
Não é incomum encontrarmos pessoas inadequadas aos cargos que ocupam, muitas vezes pela falta de habilidades específicas que certas funções pressupõem. Há profissionais com boa formação e vasto conhecimento técnico, mas que carecem de competência comportamental para um determinado cargo. Em alguns casos, fica evidente que o que falta ao profissional é a capacidade de comunicação.
Comunicar-se de forma clara é essencial para qualquer profissão, mas e quando a comunicação é ruim entre profissionais que dependem diretamente dela? Quando se trata de um comunicador que não sabe se comunicar, a falta de competência comportamental fica evidente a cada tentativa do profissional de se conectar com pessoas do seu ciclo de negócio.
A comunicação falha prejudica a empresa tanto de forma interna – na interação entre os funcionários e colegas de profissão- quanto de forma externa, quando é preciso dirigir-se a agentes externos do mercado de atuação.
Discursos mal conduzidos, por exemplo, ao invés de solucionar alguma crise ou incentivar alguma ação, podem confundir o receptor e deixá-lo confuso e inseguro em relação à postura da empresa. Já no caso de interações em reuniões ou outras situações, há profissionais que acreditam que o segredo para ser um bom comunicador é falar bastante, sem dar pausas para que o outro absorva a ideia ou possa interagir de forma ativa.
Para evitar que isso aconteça, é preciso pensar antes no que será dito, e formular ideias que permitam espaço para um diálogo. Afinal, um comunicador deve estar atento quanto à hora certa para parar de falar, e começar a ouvir. Como aprender a se comunicar?
Para aprimorar esse tipo de competência, o profissional deve buscar estratégias que o ajudem a trabalhar seu desenvolvimento pessoal, a fim de conquistar o que há de mais próximo e natural da personalidade que um bom comunicador deve ter. Preparar-se, investir em autoconhecimento e ter empatia com a plateia são algumas das técnicas que ajudam a aperfeiçoar a forma de se comunicar.
Outra característica que um bom comunicador deve ter é saber comunicar-se além da forma verbal. A linguagem corporal, quando bem utilizada, torna-se uma aliada em qualquer situação. Por meio das expressões corporais, é possível notar o quanto uma pessoa está envolvida na situação e como está recebendo aquilo que está sendo comunicado.
A partir de uma análise rápida, é possível perceber se todos estão envolvidos com o que está sendo dito, e caso isso não esteja acontecendo, o comunicador pode modificar as posturas e expressões corporais para atingir uma maior atenção do seu público.
Para que o comunicador consiga aprimorar sua técnica, é preciso antes de tudo identificar e admitir as dificuldades que estão prejudicando sua evolução. Desenvolver novas competências requer autocrítica, paciência e muita prática. Através de uma análise honesta de si mesmo, é possível identificar os pontos fracos e fortes da personalidade e trabalhar para tornar-se cada vez melhor na arte de se comunicar.
(*) – É especialista em comunicação verbal, redes sociais e viralização de vídeos e CEO & Founder da Awakim Academy – startup de educação com foco em comunicação e protagonismo.