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Varejo brasileiro deve aprender com os estrangeiros

em Artigos
quarta-feira, 01 de agosto de 2018

Luiz Fernando Sambugaro (*)

Está se tornando cada vez mais comum vermos pesquisas voltadas para as perdas no mercado de varejo, seja no Brasil ou no mercado internacional.

Só nos Estados Unidos, em 2016, mais de 438 mil pessoas, entre funcionários e furtantes, foram detidos naquele país. Os números constam da 29ª Annual Retail Theft Survey, pesquisa realizada com as 23 maiores companhias do varejo americano, que faturam juntas US$ 370 bilhões. Em 2016, o número de funcionários detidos (53.786) cresceu 10%.

Praticamente na mesma proporção, as autoridades conseguiram recuperar 9,3% dessas perdas, que representam prejuízos para as empresas em qualquer parte do mundo (muitas vezes elas repassam seus prejuízos aos preços finais dos produtos. O problema existe e precisa ser encarado de frente, como têm feito os americanos, europeus e asiáticos. As técnicas, táticas e soluções não diferem muito de um país para outro. Culturalmente, quanta diferença.

Confira cinco dicas fundamentais para que o varejista brasileiro possa reverter os prejuízos em lucro.

Lição 1 – Ações de prevenção de perdas não podem olhar só para fora, ou seja, apenas para os furtantes estranhos ao ambiente da loja. É preciso pensar estrategicamente também em relação aos próprios funcionários. De acordo com cada função, deve-se avaliar o candidato ao cargo não apenas considerando sua performance profissional, mas também seu histórico anterior relacionado à ética moral e comportamental.

Lição 2 – A visão da prevenção de perda deve ser holística e engajar todos os departamentos da empresa. É preciso identificar e mapear a causa do problema, conhecer as principais vulnerabilidades, apresentar uma reposta de como combater as ameaças, aplicar a solução mais adequada com uma melhor estratégia e analisar o retorno do investimento (ROI).

Lição 3 – Em um bom gerenciamento das perdas é essencial considerar investimentos em tecnologia. Ela deve ser atualizada, compatível com o nível do negócio, de origem confiável e de razoável custo-benefício favorável ao empreendimento.

Lição 4 – Todo processo que envolva equipe, seja interna ou terceirizada, precisa ter gestão e controle. Manter uma equipe unida, com normas e procedimentos claramente definidos, selecionar e treinar adequadamente seu pessoal são algumas das formas de prevenir os furtos internos e ter um ambiente varejista mais seguro e bem estabelecido.

Lição 5 – Estrategicamente, a área de prevenção de perdas atua em toda espinha dorsal de uma empresa de varejo. É o olho do dono ao planejar, colocar em prática, auditar e corrigir. Nos Estados Unidos, ela reporta-se diretamente à diretoria. No Brasil, apenas 30% dos departamentos se reportam ao primeiro executivo da empresa.

(*) – É diretor de Comunicação da Gunnebo (www.gunnebo.com.br).