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Uma política voluntária para uma matriz energética do século 21

em Artigos
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Flavia Santoro Trujillo (*)

Passado o barulho da COP26, é hora de relançar as políticas de sustentabilidade.

E fazemos isso a partir da matriz energética, em que a diversificação contínua atende a um triplo objetivo: reduzir as emissões, abrir oportunidades de negócios aos nossos parceiros internacionais e abastecer as áreas mais remotas da Colômbia com fontes de energia renováveis não convencionais.

A Colômbia está totalmente comprometida com o Acordo de Paris e, por isso, o presidente Iván Duque se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 51% até 2030, em relação aos níveis projetados. Alcançar esse objetivo passa pela diversificação da matriz energética, para a qual o governo colombiano tem um plano muito claro: multiplicar por 50 a capacidade instalada de fontes alternativas, de 50 megawatts em 2018 para 2.500 megawatts em 2022.

O último leilão de energias renováveis não convencionais, no dia 26 de outubro, foi um bom exemplo dessa determinação: 11 projetos solares concedidos a nove empresas garantem o início do projeto de fornecimento de energia a partir de janeiro de 2023, quando será possível gerar 800 megawatts, o que acarretará na redução de 465.000 toneladas de CO2 por ano.

O leilão despertou grande interesse das principais multinacionais do setor, que, com os projetos, gerarão 4.800 empregos diretos e investirão um total de 3,3 bilhões de dólares. A participação de grandes empresas internacionais na licitação não é por acaso e ilustra os esforços do governo do país em atrair investimento estrangeiro direto por meio de uma política pró-ativa regulatória e de mercado.

A Colômbia foi recentemente dotada de uma nova lei de transição energética, que reforça os incentivos da Lei 1715 de 2014. Pelo novo texto, o país oferece, inclusive, uma dedução de imposto de renda por 15 anos para investimentos em fontes alternativas e uma isenção de imposto de importação em máquinas, equipamentos, materiais e suprimentos.

A nova lei também amplia o campo de ação e permitirá que os hidrogênios azul e verde se beneficiem dos incentivos da Lei 1715, fontes já testadas com sucesso em meios de transporte como alternativas aos derivados de petróleo, gás e carvão.
Ela também dá especial atenção ao abastecimento nacional e prevê ainda a criação de um novo modelo de negócio que levará energia elétrica a famílias residentes nas zonas mais remotas do país, com fontes renováveis não convencionais.

Descarbonização, oportunidades de negócios e abastecimento limpo para todos. Essa é a tríplice chave da diversificação da matriz energética, liderança de uma política de sustentabilidade que a Colômbia está promovendo, de mãos dadas com seus parceiros internacionais. A Colômbia tem orgulho de estar entre as dez maiores economias em desenvolvimento que recebem investimento estrangeiro direto e está determinada a continuar fazendo parte desse seleto grupo.

Oferecemos segurança jurídica, regras claras de jogo, estabilidade política, gestão responsável das finanças públicas e enorme potencial humano. Nossos parceiros confiam nas oportunidades que oferecemos, como ficou claro na última Cúpula de Investimentos da Colômbia, que apresentou um total de 150 projetos, no valor de 8.000 milhões de dólares.

Cifra, sem dúvida, significativa, que agora se materializará em anúncios concretos para continuar sustentando este ano de recuperação econômica.

(*) – É presidente da ProColombia (https://procolombia.co/).