Eduardo Tardelli (*)
O mercado de trabalho torna-se mais competitivo a cada ano
Segundo levantamento realizado pela consultoria IDados, 40% dos jovens com diploma de curso superior trabalham em áreas em que ele não é exigido. Há vários casos de sucesso também de empreendedores que nunca chegaram a cursar uma universidade e hoje faturam milhões.
Sendo assim, é possível dizer que uma habilidade ou certificação pode garantir empregabilidade e sucesso profissional. Uma tendência que ficou evidente na seleção de colaboradores para startups — e que hoje empresas tradicionais bebem desta água – é a preferência por habilidades comportamentais, as famosas “soft skills”.
Isso não significa que o diploma de curso superior e o inglês não são importantes, mas o que vai contribuir, de fato, para o crescimento de uma empresa, é o investimento em competências que não podem ser ensinadas, como empatia, criatividade, inteligência emocional e senso coletivo.
Garantir que as soft skills sejam valorizadas dentro de uma empresa não depende apenas do departamento de Recursos Humanos. O investimento na cultura da instituição e em políticas de compliance será visto como um aliado para o desenvolvimento organizacional.
Mais do que apenas contar com o compliance para mudar a cultura de uma empresa, as habilidades que um compliance officer tem são as que todos os profissionais deveriam ter: resiliência, diplomacia, boa comunicação, persuasão, visão estratégica e ser um embaixador da cultura da empresa.
Ter noções básicas de compliance é uma habilidade que todos aqueles que almejam trabalhar em grandes organizações deveriam ter, ainda que não busquem trabalhar diretamente com o assunto. Conhecer como funciona a estrutura e a implementação de um programa de compliance só irá ajudar o profissional a ser mais adaptável a todas as empresas que ele integrará.
O compliance se tornou imprescindível para as empresas, não apenas por conta da Lei Anticorrupção, mas porque há uma demanda por parte do mercado consumidor e dos investidores que a empresa “ande na linha”.
A tendência para o futuro é que a tecnologia integre cada vez mais os setores de compliance para auxiliar processos de tomada de decisão e organização.
(*) – É CEO da upLexis, empresa de software que desenvolve soluções de busca e estruturação de informações extraídas de grandes volumes de dados da internet.