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Talentoso ou medíocre – que profissional você será em 2021?

em Artigos
terça-feira, 29 de dezembro de 2020

David Braga (*)

Falar de um ano desafiador, incerto e de muitas mudanças, com certeza, é falar de 2020. Foram meses que colocaram à prova governos, empresas e pessoas.

Todos tiveram que vivenciar, de fato, a palavra disrupção. Foi necessário revisar planos pessoais, planejamentos corporativos, sonhos, promoções na carreira, casamentos e até mesmo lançamento de produtos ou unidades de negócios. No entanto, os momentos difíceis só são determinantes e cruéis para quem não enxerga as oportunidades.

Nas empresas, transformações positivas também surgiram, com destaque para as mudanças na cultura organizacional, o que, por sua vez, ampliou as exigências em relação às competências e habilidades de lideranças e liderados. Sendo assim, este é um bom momento para que os profissionais repensem – se ainda não o fizeram – o caminho em que estão e de que maneira ele os conduzirá para onde desejam. Afinal, você quer ser considerado talentoso ou medíocre em 2021?

Para essa reflexão, é bom lembrar que, do dia 31 de dezembro para 1º de janeiro, muda-se apenas uma data do calendário. Apesar de muitos acreditarem, erroneamente, mas com muita esperança, que tudo vai se resolver e melhorar com essa troca de ano, o poder de transformação está, na verdade, nas atitudes de cada um – aliás, uma das principais características apreciadas pelas empresas. E a autogestão da carreira definirá não apenas o presente, como, também, o futuro dos profissionais no mercado de trabalho.

Nesse caso, as iniciativas, a forma com a qual ele lida com as pessoas, o poder de engajamento e de entrega dos resultados continuarão a definir quem mantém a empregabilidade ou quem estará desempregado em breve. Além disso, está mais claro do que nunca que de nada vale somente ter um título, mesmo que seja da Universidade Harvard, se o indivíduo não possui empatia, escuta ativa e uma liderança sustentável.

Aqui, reforçando que sustentabilidade nos negócios vai muito além do meio ambiente: diz respeito ao modo como os colaboradores, fornecedores e parceiros são tratados, a compliance, à governança e à ética. Sem falar de tantos outros atributos que deveriam ser básicos, porém ainda são usados para distinguir o ótimo do medíocre: resiliência, comunicação, persuasão, gestão de conflitos, adaptação ao novo, incluindo à tecnologia, só para dar alguns exemplos.

Do estagiário ao presidente de qualquer porte da organização – familiar, nacional ou internacional –, terão destaque apenas os talentos, ou seja, aqueles que se moldam de acordo com o tempo, das novas necessidades de mercado e de suas habilidades. São profissionais que se desafiam a serem melhores hoje do que foram ontem e, sobretudo, que não tenham medo da mudança.

Como diria Albert Eisntein, “a vida é como andar de bicicleta. Para ter equilíbrio, é preciso estar em movimento”. Assim, evidentemente, os que saíram e sairão à frente serão sempre aqueles que, mesmo diante das piores adversidades, criam novos caminhos e têm novas ideias, conseguem pensar de forma criativa e desenvolver novos produtos, novas soluções e se apropriar do melhor da tecnologia, da inteligência artificial e, particularmente, dos indivíduos.

Afinal, por mais tecnológica que seja uma empresa, é por meio das pessoas que se obtêm os resultados. Por fim, discute-se tanto sobre propósito, felicidade no trabalho, legado, espiritualidade, compliance, capitalismo consciente, diversidade e tantos outros temas mais atuais do que nunca. Então, o profissional precisa saber o que quer da vida, seja no âmbito pessoal, seja na carreira. Para ter essa clareza, é vital se conhecer, o que pode ser acelerado por uma terapia ou um processo qualificado de coaching.

Dessa forma, é mais fácil ter essa clareza a respeito de quais são suas principais competências e habilidades (soft skills), que pontos ainda precisam ser melhorados e, especialmente, o que deseja da vida. Quando alcançamos esse autoconhecimento, é exatamente quando assumimos o controle das nossas ações – ou o tão falado protagonismo.

Portanto, para aquelas pessoas que projetam um 2021 diferente e mais produtivo, esse é o caminho a seguir.

(*) – Professor convidado da Fundação Dom Cabral, embaixador do ChildFund, é CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos de média e alta gestão (www.primetalentbrasil.com.br).