Sérgio Lucchesi (*)
As organizações que demonstram compromisso com a responsabilidade social obtêm vantagens competitivas, ganhando a confiança do mercado, de clientes, investidores, consumidores e da comunidade local.
Esse tipo de ação desencadeia uma onda de responsabilidade social corporativa que empresas espalhadas pelo mundo, de todos os tamanhos e setores, estão adotando e promovendo. Compreender essa mudança é vital, pois o mercado está cada vez mais transparente e competitivo. É uma oportunidade para que as empresas programem práticas sustentáveis de gerenciamento não apenas para atender às exigências legais, mas também para melhor se colocar diante dos consumidores e concorrentes.
É um erro entender que a sustentabilidade seja apenas restrita a aspectos de meio ambiente; da mesma forma, não se deve assumir que responsabilidade social se limite a ações em projetos sociais. O administrador que pretenda que seu negócio seja perene deverá gerar valor nas dimensões econômicas, ambientais e sociais. As empresas são cobradas por uma atitude correspondente ao conceito da “cidadania corporativa global” que envolve sustentabilidade e responsabilidade social, dois conceitos que caminham juntos.
As organizações tornaram-se agentes transformadores que exercem uma grande influência sobre os recursos humanos, a sociedade e o meio ambiente em que estão inseridas. Os empresários tornam-se mais aptos a compreender e a participar das mudanças estruturais na relação de forças nas áreas ambiental, econômica e social.
Dois exemplos ilustram o assunto: o mercado parou de aceitar o descaso no tratamento dos recursos naturais e os consumidores estão interessados em produtos “limpos”; da mesma forma, a sociedade está muito mais atenta à inclusão de portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho. O resultado é óbvio: a legislação tornou-se mais rígida, obrigando as empresas a encarar com mais seriedade a questão ambiental e a responsabilidade social em sua estratégia operacional.
Com essa nova postura vem a necessidade de adaptação e consequente direcionamento para novos caminhos. As empresas devem mudar seus paradigmas mudando sua visão empresarial, objetivos, estratégias de investimentos e de marketing, tudo voltado para o aprimoramento de seu produto. Companhias socialmente responsáveis e preocupadas com sustentabilidade conquistam resultados melhores e geram valor aos que estão próximos.
A responsabilidade social e sustentabilidade deixaram de ser uma opção politicamente correta: é uma questão de visão estratégica e, muitas vezes, de sobrevivência. A empresa é socialmente responsável e sustentável quando vai além da obrigação legal de pagar impostos e observar as condições adequadas de segurança e saúde para os trabalhadores ou preservar o meio ambiente. É preciso adotar nova postura: a organização que não adequar suas atividades a esses novos conceitos está destinada a perder competitividade em médio prazo.
É cada vez mais relevante para as empresas pensar em processo sucessório, sejam elas familiares ou não, portanto, é fundamental que o atual gestor invista, o quanto antes, em reflexões nesse sentido, para que assim, comece a preparar o caminho para seu sucessor.
(*) – É sócio da Moore Stephens Auditores e Consultores (www.msbrasil.com.br).