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Que Crise?

em Artigos
terça-feira, 31 de maio de 2016

Cesar Pancinha (*)

Fico impressionado com a reação das pessoas, quer sejam executivos, empresários e empreendedores, assim como donas de casa e cidadãos de qualquer classe, quando expostos a expressão “Estamos em Crise”.

É um misto de pânico com conformismo, como quem diz, “realmente, não há o que fazer, só se encolher e esperar passar”. Aí é que a vaca vai pro brejo. Meus amigos, estamos em crise desde que o ser humano colocou o pé na terra, descendo de algum lugar que não se sabe de onde, deve ter deixado em crise. Somos bons nisso.
Colocar em crise, e reclamar da crise para nos acomodarmos. Chega! Eu já enchi meu saco de crise.

Todo mundo se encolhendo, demitindo, reduzindo, diminuindo, não investindo, não comprando matéria prima para produzir, especulando, esperando passar algum novo escândalo, esperando chegar algum novo escândalo. Chega! Vivemos a Síndrome do Caranguejo na lata. Coloquem 5 caranguejos dentro de uma lata e vejam o barulho que eles farão. Ensurdecedor. Mas ao invés de tentar sair de dentro da lata, cada vez que um consegue subir para a borda, ou outros o puxam para baixo. Chega!

Não somos caranguejos, mesmo que as vezes pareçamos. Está na hora de buscarmos alternativas inteligentes que nos façam crescer, e sair desse marasmo de encolhimento estúpido, que as brigalhadas políticas nos fizeram fazer. Chega! Ao invés de demitir, contrate, ao invés de encolher, cresça, ao invés de se esconder, apareça.

Nesta época, em que a crise chega, paramos de investir em marketing, paramos de investir nas pessoas, paramos de investir em desenvolvimento, paramos de investir em treinamento, reduzimos a folha, contratamos funcionários mais baratos e menos preparados. Não preparamos eles, pois a crise vai passar e daí contrato os bons de novo. Chega!

Sejamos obcecados pelo crescimento. Ao invés de usar o medo, vamos usar a inteligência. É possível desenvolver estratégias novas e um ambiente que seja receptivo a constantes revisões de rota. Há muitas pessoas, mesmo as inteligentes, que caíram em modismos nas últimas décadas. Numa semana era reengenharia, na seguinte, qualidade, e na outra, qualquer outra coisa. E as pessoas tendem a querer estar na próxima moda. Ninguém deveria fazer parte da multidão e ser como alguns animais que, inexplicavelmente, em uma correria, seguem uns aos outros e pulam de despenhadeiros juntos.

Os executivos deveriam pensar independentemente e não aceitar modismos. Os consultores e gurus comercializam modismos. As empresas são mais diferentes do que iguais. Por isso não acredito em cinco regras para isso, sete regras para aquilo… A massificação de conceitos fez algum sentido em algum momento. À medida que evoluímos para uma sociedade e uma economia cada vez mais desmassificadas, essas regras perdem o sentido. Chega!

Mude, invista na personalização do atendimento ao seu cliente. Padronize processos e implemente diferenças. Não entre na gritaria da crise. Ela é mais forte que qualquer um de nós, pois ela ganha sem lutar.

Pense Nisso!

(*) – É Consultor de Negócios CAPC, holding brasileira especializada há 25 anos em gerar conhecimento e resultados satisfatórios ao mercado corporativo.