Eraldo Lima (*)
Nos últimos anos, o papel dos líderes nas empresas foi um tema muito comentado pelas organizações e pela mídia.
Isso porque esse conceito passou por diversas transformações ao longo do tempo, e é possível notar que tais mudanças foram refletindo as evoluções e alterações que estavam acontecendo com a sociedade como um todo. Recentemente, as discussões envolvendo o que de fato significava liderar uma equipe e qual deveria ser a postura dos líderes e administradores perante os seus times foi ganhando cada vez mais adeptos.
Se, antes, o que tínhamos como modelo ideal de conduta para esses profissionais se alinhava mais à um comportamento autoritário, no esquema de “mandar e obedecer”, totalmente centralizado na figura do chefe, hoje o cenário mudou completamente. Atualmente, a grande tendência é que haja uma gestão descentralizada na qual todas as opiniões são importantes e devem ser ouvidas pelos líderes, independente dos cargos.
Essa estratégia com certeza tem um enorme potencial de trazer retornos positivos.
Ainda que muitos dos diretores e outros C-Level das organizações mais maduras tenham iniciado suas jornadas em uma época na qual o modelo de administração imperativo era o mais seguido, há um movimento voltado a guiar os colaboradores de forma diferenciada.
Ao longo dos ciclos das empresas é natural que a liderança vá assumindo formatos distintos — e vale ressaltar que isso é essencial para manter a sobrevivência dos negócios, pois é apenas por meio da versatilidade e abertura para inovações que as companhias conseguem ter uma verdadeira trajetória de sucesso.
E quando paramos para pensar no que de fato motiva as equipes a continuarem não só vestindo a camisa da empresa e entregando bons resultados pela perspectiva do lucro da instituição, mas também a se qualificarem cada vez mais e se integrarem com os colegas, fica claro que não é por meio do estabelecimento de regras duras e da preservação de um ambiente inflexível e pouco diverso.
Muito pelo contrário, ao incentivar a criação de um espaço de troca e colaboração entre todos do time, independentemente do nível hierárquico, além do incentivo à diversidade e à procura por reinvenção por parte dos gestores, é possível desenvolver e manter um clima favorável à criação de novas ideias e produtos e a realização de um trabalho mais satisfatório e alinhado com as metas e valores da companhia.
E é por isso que observamos cada vez mais e, principalmente, nas startups, essa cultura na qual o líder é muito menos um executor, ocupando uma posição mais voltada em apoiar as equipes, delegando as atividades e tarefas e confiando nelas para realizar bons trabalhos. Além de, é claro, incentivar que inovem e tragam transformações disruptivas para dentro do negócio, colocando os times à frente das áreas e ajudando-os a alcançar os resultados desejados.
A lição de casa para todos os líderes e gestores interessados em melhorar a estrutura interna de suas instituições é investir na evolução e qualificação dos colaboradores, trazer inovação e entregar soluções que de fato atendam às demandas dos consumidores sem se acomodar, ou seja, manter-se antenado com o que está acontecendo tanto no seu segmento como no mercado como um todo, e criar uma cultura que apoia a tão necessária metamorfose dos negócios.
Se atente a isso e com certeza colherá bons frutos.
(*) – É Head de Marketing e Vendas na Group Software, empresa especializada em sistemas de gestão para Condomínios, Shoppings Centers e Imobiliárias.