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Pessoas e empresas estão confundindo engajamento com diversão

em Artigos
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Renata Tolotti (*)

É preciso falar sobre engajamento e motivação de equipe.

Nos últimos anos, a motivação sugerida pelas empresas mais modernas é muito interessante: vão de churrasco e chopp, a happy hour, lanches da tarde e até mesmo massagens. Mas é certo que esses itens podem ser importantes, mas não geram o engajamento necessário entre o time. As pessoas estão constantemente confundindo diversão com engajamento, bem estar com motivação, e uma coisa não está totalmente ligada a outra.

O que é motivação? O que é engajamento? Como você pode trabalhar isso nos times, fazer com que eles vistam a camisa para gerar resultados melhores? A resposta para isso é simples. Propósito: não se trata apenas da identificação com a companhia, mas sim do colaborador se sentir parte de algo maior e ter satisfação com o trabalho que está fazendo.

Para isso, o ideal é analisar os liderados, se eles possuem interesse em fazer parte da empresa e crescer com ela. Se essas pessoas dificilmente não fazem nada além do mínimo, certamente não estão engajadas e não tem propósito. Partindo do princípio de que os colaboradores são essenciais para o funcionamento do negócio, como é possível melhorar o engajamento deles?

Pessoalmente, acredito que é essencial fazer com que essas pessoas façam parte e até mesmo liderem projetos. Não necessariamente grandes funções, mas formas de inserir os colaboradores em questões diárias, como apresentar novas ideias de comunicação para clientes, melhorias de processos, fluxo de comunicação interna, feedbacks etc Dessa forma vão contribuir no dia a dia, seja com resultados, boas ideias e, não obstante, maior desenvolvimento dentro da equipe.

Embora alguns funcionários possam parecer mais tímidos ou menos aptos, lembre-se que cada pessoa tem o seu próprio tempo e todo incentivo para o crescimento é importante, especialmente se o líder acredita no potencial desse liderado. No entanto, é preciso cobrar e lembrá-los das responsabilidades.

Se o líder opta por tomar para si todas as tarefas, de certas essas pessoas ficarão ainda mais afastadas do propósito. Colocar em prática um primeiro passo dará mais conforto e confiança para que os colaboradores elevem os níveis de motivação e engajamento.

O segundo passo, igualmente importante, é a mensuração e o acompanhamento das habilidades individuais. Ao avaliar um funcionário desmotivado é preciso entender porque isso se dá e perceber os pontos fortes e fracos através do que ele produz.

Para cada função que você tem na empresa, o colaborador precisa ter determinada aptidão, seja em comunicação, disciplina, pontualidade, resultados, ousadia etc. Um método precioso para que o funcionário se engaje em suas atividades e cresça é informar qual skill é necessária para que ele alcance um novo patamar e, consequentemente, uma posição melhor dentro da equipe.

Com o acompanhamento e desenvolvimentos de planos de ação, é possível fazer com que todos entendam melhor qual é o propósito de cada um, o que irá resultar em mais satisfação com o trabalho que é produzido. E o líder, por sua vez, faz o que é realmente sua função: levantar a equipe para que todos cresçam juntos, com participação e envolvimento de todos.

A diversão, claro, é sim necessária, mas não traz os resultados que a empresa precisa.

(*) – É empreendedora, coach e palestrante. Além da formação em arquitetura, cursou a Marshall Goldsmith Stakesholder Centered Organization. Possui certificação em Coaching Integral Sistêmico, Coaching Business e executivo e estudou Comportamento Humano pela Flórida Christian University (https://palestras.renatatolotti.com.br).