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O que Darwinismo, Covid-19 e Inovação têm em comum?

em Artigos
terça-feira, 07 de julho de 2020

André Scher (*)

No século XIX, o naturalista Charles Darwin, depois de uma expedição de mais de 4 anos pelo hemisfério sul, desafiou o pensamento corrente com sua teoria da seleção natural.

A seleção Natural, segundo a teoria de Darwin, seria a responsável pela capacidade de adaptação dos seres vivos. No cenário altamente improvável da pandemia atual, podemos observar claramente a seleção natural agindo no mundo corporativo. Nenhuma empresa estava minimamente preparada para o impacto desta crise, e mesmo assim tiveram que mandar a maioria de seus colaboradores trabalharem de casa, começaram a vender por canais digitais e estão lutando pela sobrevivência.

Passado o terror apocalíptico inicial, a transformação digital e políticas de home-office nas empresas serão permanentes, mesmo nas empresas onde tradicionalmente esses elementos não eram bem aceitos. Uma pesquisa da ISE Business School, afirma que 80% dos gestores disseram gostar da nova maneira de trabalhar. O “novo normal” da sociedade e suas mudanças de tendências, padrões de consumo vieram para ficar.

Paradoxalmente o uso intenso de compras por canais digitais está acompanhada com a valorização do comércio local, do bairro. O cenário do “novo normal” deve estar no topo da lista das prioridades estratégicas de todas as empresas e a grande pergunta que tenho me feito diariamente é “Como se preparar para o esse novo normal?”

O primeiro efeito nas empresas foi a redução de recursos sejam estes recursos financeiros, matérias primas e recursos produtivos com funcionários desligados e aderindo aos programas de redução de jornada. Apesar de recursos reduzidos, mas 75% dos CEO’s responderam que vão acelerar a transformação tecnológica em suas empresas de acordo com Fortune 500.

O ponto crucial aqui é a precisão de como usá-los. Ser data-driven e analítico é a melhor forma de tomar decisão baseada em fatos e cenários realistas. Recuperar a eficiência perdida introduzindo uma força de trabalho digital com RPA (robotic process automation) tem se mostrado o melhor caminho para alcançar e superar a produtividade anterior à crise.

A implementação de RPA pode começar por processos mais simples e com baixo custo e crescer de forma conforme o retorno de investimento for comprovado. Para entender onde investir e como controlar o resultado das ações que foram priorizadas é importante definir os indicadores estratégicos (KPI), manter uma única base de dados para toda a empresa e criar um painel de acompanhamento que seja atualizado frequentemente.

Um BI (Business Intelligence) bem estruturado é capaz de destacar riscos, tendência de melhora e acompanhar o atingimento das metas estabelecidas. Para criar novos produtos e serviços para o “novo normal” é importante entender o mercado, competidores e novas tecnologias para criar um caso de negócio com o nível de confiança mais alto.

O monitoramento de múltiplas fontes de dados, redes sociais com uma curadoria cuidadosa é que torna a inteligência de mercado tão eficiente.
Não deixe sua empresa ser extinta pelo Darwinismo corporativo.

(*) – Formado em Engenharia Elétrica pela Unicamp, com MBA na Business School São Paulo, é sócio fundador e CEO da auctus Inteligência Aumentada (https://auctus.ai/).