Enrico Manzi (*)
O produtor, assim como qualquer outro comerciante brasileiro, frequentemente enfrenta situações nas quais precisa tomar decisões sobre seu negócio, estando imerso em um ambiente de muita incerteza. O agronegócio tomou grandes proporções nas últimas três décadas. Multiplicando por 3,55 vezes a sua produção, saindo de 68,3 Tons, em 1993, para 310,2 Tons em 2023, o setor expandiu suas áreas e melhorou a produtividade por hectare.
No caso particular dos produtores, o cenário de gerir o negócio fica ainda mais complexo pelo fato de que o preço do seu produto não é definido por ele, mas sim por uma conjuntura global, a tradicional lei de oferta e demanda e, ainda, a sazonalidade do negócio força o agroprodutor a tomar decisões de investimento com muitos meses de antecedência, inserindo assim no seu negócio, o risco de que o preço da cultura reduza, contudo, trazendo prejuízos para ele.
Além disso, o produtor deve contar com outro personagem no seu negócio, o clima. Esperar pelas chuvas chegando no momento certo para a correta reprodução das culturas é a chave. No último momento chegam às decisões financeiras e gestão/comercialização da safra para tirar o máximo de rentabilidade do negócio. Todo produtor é por natureza um empresário, coloca o seu capital e trabalho a risco e enfrenta desafios diversos todos os anos. É por isso que muitas vezes os produtores se apoiam em terceiros na hora de tomar uma decisão.
Pela natureza do negócio, todo produtor fica exposto às volatilidades do mercado de commodities que, ao final do dia, precificam a mercadoria que ele produz. Porém existem diversas ferramentas e metodologias através das quais o produtor consegue gerir o seu negócio otimizando a relação de risco retorno.
Focando especificamente na comercialização, formações em finanças, economia e mercados contribuem para aprender o funcionamento das variáveis que afetam o agronegócio e as ferramentas que podem ser utilizadas para minimizar riscos.
Por fim, é fundamental que a mentalidade do produtor brasileiro esteja cada vez mais atrelada ao negócio; pois, sim, o produtor brasileiro precisa ser um empresário, e toda a gestão é uma responsabilidade vital que não pode ser colocada em segundo plano.
(*) – É country manager da Biond Agro (https://www.biondagro.com/).