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O papel do equipamento sem fio na engenharia clínica

em Artigos
segunda-feira, 02 de janeiro de 2017

José Rubens Almeida (*)

Não há mais dúvidas sobre o papel desempenhado pela tecnologia na vida das pessoas.

E também não há mais dúvidas que a tecnologia tende a ocupar cada dia mais um papel determinante nos grandes avanços conquistados em todos os níveis do conhecimento. Por essas razões, meios eficazes de promover a inovação tecnológica vêm sendo amplamente debatidos no cenário atual. Manufatura avançada, internet das coisas, tecnologia disruptiva e todos os dias surge algo que desconsidera as vezes toda uma cultura e hábitos de consumo.

Se isso é importante em todas as áreas do conhecimento, imagina na área da saúde, onde um segundo na agilidade do atendimento pode determinar a vida de uma pessoa ou a perda dela. Contar com dispositivos de atendimento por radiofrequência, que podem chamar médicos e enfermeiras no quarto em caso de emergência em hospitais e UTIs significa uma disrupção em relação a equipamentos que dependem de fios, tomadas elétricas e transmissão pelos métodos energéticos tradicionais.

Já bastante utilizado em hospitais e casas de repouso, o equipamento sem fio Psiu Clínica, surgiu no Brasil junto com uma nova modalidade profissional, a engenharia clínica, que deve especificar esses produtos em projetos de saúde, como forma de garantir que o atendimento seja feito de maneira rápida, eficaz e limpa, uma vez que dispensa fiação. Já bastante evoluído pelo mundo, mas ainda engatinhando aqui no Brasil, esse é o profissional que hoje cuida do que é chamado de “ciclo de vida” da tecnologia e dos equipamentos hospitalares.

Logo, participa do processo de aquisição dos mesmos desde o início, sendo responsável pelo seu recebimento e manutenção – preventiva e corretiva -, testes de aceitação, além do treinamento de funcionários. De acordo com a Confederação Nacional de Saúde , em abril de 2015, o Brasil possuia cerca de 500 mil leitos nos quase 7 mil hospitais. Com a engenharia clínica obrigatória, houve crescimento na demanda, e muitos estão vendo na implantação desses processos uma significativa melhora nas condições dos pacientes e do atendimento de uma maneira geral. Outra preocupação dos engenheiros clínicos é com o gerenciamento de resíduos sólidos da instituição.

O profissional deve programar o descarte dos materiais, baterias, lâmpadas, partes e peças usadas e até mesmo equipamentos desativados e qualquer material técnico gerado da atividade. Em um nível mais abrangente, o profissional é responsável pelo planejamento, gerenciamento e treinamento em sistemas de equipamentos médico-hospitalares, possibilitando o controle dos processos de gestão hospitalar, de manutenção e de incorporações tecnológicas.

Seu trabalho está diretamente relacionado a otimização dos recursos financeiros, redução dos dispêndios e com a qualidade dos serviços, bem como definição e execução de políticas e programas em toda a gestão da tecnologia da saúde, incluindo gerenciamento de risco, melhorias na qualidade, atendimento à demanda de pacientes e otimização da produtividade de todos os funcionários.

As questões financeiras também são atribuições para o profissional. Engenheiros clínicos podem transformar a gestão de um hospital menos custosa e muito mais eficiente e os sistemas de atendimento podem ajudar muito nesse processo.

(*) – Graduado em ciências da computação e diretor da AGM Automação, empresa que produz toda a linha de equipamentos de chamada sem fio para utilização hospitalar (www.psiugarcom.com.br).