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O nascimento da vida: nobre dever do obstetra

em Artigos
segunda-feira, 15 de abril de 2019

Mario Jose Mariosa Silveira (*)

Pergunte a dez papais e dez mamães qual foi o momento mais emocionante e marcante de suas vidas. É certo que todos responderão: o nascimento de meu filho.

É impossível descrever em palavras a felicidade do surgimento bem-sucedido da vida, o prazer em segurar o seu recém-nascido no colo pela primeira vez, o ouvir aquele ensurdecedor e, ainda assim, divino som do choro do bebê. Enfim, é um momento inesquecível. Ali, ao lado, sempre acompanhando, há um profissional que garantiu a segurança de todo processo da gestação, do momento do parto e posterior puerpério.

Trata-se do obstetra, profissional este que, sempre respeitando os limites maternos, visa assegurar que os momentos iniciais do bebê sejam os mais positivos possíveis e cujo data foi comemorada no último dia 12. Como já pincelado, o trabalho do obstetra não se resume apenas ao momento do parto. Longe disso: a jornada começa até mesmo antes da concepção, quando futuros pais visitam o profissional para cuidados pré-concepcionais.

Neste momento, são realizadas atualizações de vacinas, inicia-se o ácido fólico e vitaminas, realizam-se exames e até se inicia uma conversa sobre a futura amamentação. É verificado se existem doenças crônicas, como a hipertensão arterial, a diabetes ou doenças de tireoide, que serão avaliadas não somente pelo obstetra, mas também por um médico especialista, se houver a necessidade.

Durante os nove meses de gestação, este profissional vira figura recorrente na vida dos futuros papais. No pré-natal, que é de suma importância, é onde teremos consultas médicas periódicas, revisão vacinal, coleta de exames como sorologias maternas, realização de ultrassonografias, sempre lembrando da atuação de uma equipe multidisciplinar, cujo profissionais, além do médico especialista já citado, serão convocados a depender do desenrolar da gravidez.

Como alguns exemplos temos os nutricionistas, os fisioterapeutas e os dentistas. Todos entram em ação apoiando o obstetra, que é o verdadeiro regente de toda essa jornada. Então, chega o grande dia. Um passo importante é decidir por um tipo de parto, sempre respeitando não somente as opiniões e crenças da mãe e os limites físicos dela, como também manter atenção focada nas condições e vitalidade do feto.

Cabe a este médico orientar e agir em caso de complicações e também tomar medidas para que as mesmas não ocorram. São nos detalhes e sintonia de uma equipe na sala de parto (obstetra, anestesista e pediatra) que temos o sucesso neste momento ímpar. O momento do nascimento é único. É sempre mágico ouvir o choro que quebra o silencio e ecoa na sala de parto, além de sentir os pais e acompanhantes se emocionarem.

A sensação de dever cumprido é realmente maravilhosa. Ser obstetra é um privilégio!

(*) – É Neonatologista do HSANP, centro hospitalar na Zona Norte de São Paulo.