125 views 4 mins

No final do ano somos mais solidários?

em Artigos
segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Rodolfo Schneider (*)

Com a participação de toda a sociedade, quem sabe essa imagem possa ficar mais próxima de cada um de nós.

Mês de dezembro, época de grandes celebrações, reuniões de família, imagens que cercam nosso cotidiano, cartazes, propagandas, vermelho e verde, papai noel, presentes. Já notaram que esse também é um período de imagens que representam a fartura?

Casa cheia, árvore lotada de presentes e mesa farta, repleta de itens. É bonito pensar que todos tenham esse direito, ou que deveriam ter a oportunidade de colocar a toalha mais bonita e a comida que servisse a todos no jantar. Mas essa não é a realidade de muitos, e quando pensamos no impacto da pandemia da covid-19, parece que essa imagem fica até mais distante.

Segundo dados do Inquérito Nacional Sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da covid-19 no Brasil da Rede Pessan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), 116,8 milhões de brasileiros não tinham acesso pleno e permanente a alimentos. Sendo que cerca de 20,5% da população não conta com alimentos suficientes e 9% se encontram em situação de fome.

São números amargos que contrastam com a distante celebração a que todos temos direito neste final de ano. Muitos apontam que esse é um período voltado para a solidariedade, e grandes iniciativas e projetos sociais reforçam essa importância. Mas será mesmo que estamos nos empenhando integralmente com todos os recursos que podemos para viver esse período em plenitude?

Até 30 de dezembro, os contribuintes podem destinar até 6% do Imposto de Renda para Organizações Sociais, sem gastar um centavo a mais por isso. Este item poderia entrar no planejamento financeiro do final do ano. Mas você pode estar se perguntando, porque eu não posso deixar minha doação para o período de IR, em março ou abril?

É claro que pode, e será muito bem utilizado nas milhares de instituições cadastradas, mas há uma diferença: no final do ano atingimos a maior totalidade com o potencial máximo de 6%. Segundo dados da Receita Federal, menos de 3% das pessoas fazem essa destinação, pensem no impacto gigante que esse movimento de doar poderia gerar?

A burocracia no momento da destinação também já conta com ferramentas que podem auxiliar neste ato solidário, como a calculadora online do site (www.impostosolidario.org.br). Com ela, você pode inserir seus valores e calcular o potencial de doação, além de conferir um passo a passo e também iniciativas que transformam realidades nas áreas mais periféricas.

Se podemos ter um final de ano celebrativo, também podemos sonhar com que todos o tenham. Com a participação de toda a sociedade, quem sabe essa imagem possa ficar mais próxima de cada um de nós.

(*) – É gerente de engajamento e mobilização de recursos do Marista Escolas Sociais.