Roberto Vázquez (*)
Em 2020, o IBGE revelou que, nos últimos cinco anos, aumentou no Brasil cerca de 3 milhões o número de pessoas sem acesso regular à alimentação básica, chegando a, pelo menos, 10,3 milhões o contingente nesta situação.
Não temos dúvidas de que a segurança alimentar, não só no país, mas como no mundo todo, é um dos grandes desafios do século. A indústria de alimentos, considerada atividade essencial, continuou produzindo durante a pandemia da Covid-19. O setor assumiu o compromisso de trabalhar com segurança para abastecer o País e reforçou suas ações de responsabilidade social, apoiando a sociedade no enfrentamento ao coronavírus, e também no combate à fome.
De acordo com a ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), até junho de 2020, as empresas do setor tinham doado mais de 2.7 mil toneladas de alimentos. Na Kellogg, produtora global de alimentos, o combate à fome é prioridade em sua agenda por meio do programa Dias Melhores, que tem por objetivo auxiliar e acabar com a fome de 3 bilhões de pessoas até o final de 2030. E o que temos feito para isso até então?
Desenvolvemos e executamos nossa estratégia Espírito e Coração, que é composta por quatro pilares: nutrir as pessoas com nossos alimentos, alimentar pessoas necessitadas, cuidar de nosso planeta e viver os valores de nosso fundador. Dentro desses pilares, temos como meta nutrir e impactar com esses valores 1.5 bilhão de pessoas, alimentar 375 milhões de necessitados e cuidar das pessoas e do planeta apoiando 1 milhão de agricultores.
Especificamente no Brasil, em 2020, direcionamos 180 toneladas de alimentos para mais de 6 milhões de brasileiros. Parte dessa quantia foi destinada para garantir que famílias em situação de vulnerabilidade tivessem acesso à alimentação durante a pandemia que teve início em março do ano passado.
A distribuição de todos esses alimentos foi viabilizada pelo Programa Mesa Brasil Sesc, que integra a Rede Nacional de Bancos de Alimentos, e também por meio de acordos com o poder público e outras empresas. Cidades como Chapecó, Joinville e São Lourenço do Oeste, em Santa Catarina; Natal e Mossoró, no Rio Grande do Norte; e Belo Horizonte, receberam os alimentos.
Realizamos ações dessa natureza todos os meses, mas o Dia Mundial da Alimentação é especial para nós. No ano passado, para celebrar a data, direcionamos 21,8 toneladas de alimentos para o estado de Santa Catarina, onde nossa empresa está instalada e desempenha um forte papel social e econômico. Essa quantidade representou mais de 900 mil porções de alimentos e alcançou pessoas que realmente precisavam por meio do Programa Mesa Brasil Sesc, nosso parceiro desde 2019 em Santa Catarina.
A data traz à tona a importância da segurança alimentar e do acesso à alimentação constante e de boa qualidade – questões que se relacionam com os compromissos que firmamos. Entendemos que a ocasião também seria perfeita para a conscientização sobre a importância do reaproveitamento de alimentos.
Durante uma live realizada pela Kellogg com a participação do chef Carlos Bertolazzi em outubro de 2020, assistida por centenas de pessoas, na qual o chef apresentou uma receita de Fritatta, utilizando os talos de couve manteiga, que normalmente são desperdiçados e sobras de macarrão cozido. Em 2021, temos alimentado mensalmente pessoas em situação de vulnerabilidade. Em apenas dois meses e meio já conseguimos realizar a doação de 39 toneladas de alimentos – o total projetado para o ano é algo entre 80 e 100 toneladas –, que irão garantir amparo a diversas famílias.
É gratificante colaborar para que mais e mais pessoas tenham uma vida digna, com comida em suas mesas. Assim como todo o setor, entendemos que ainda há um longo caminho a ser percorrido na luta contra a fome. Até lá – e mesmo depois – continuaremos com nossos esforços para viver em um mundo melhor e sem fome, honrando os valores de William Keith Kellogg, nosso fundador.
(*) – É diretor de assuntos corporativos da Kellogg para América Latina (www.kelloggs.com.br).