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Marketing preditivo aplicado às grandes campanhas

em Artigos
terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Marcelo Dantas (*)

A Black Friday costuma inspirar os varejistas a adotar novas tecnologias para maximizar o alcance aos consumidores.

E uma das estratégias que vêm sendo utilizadas neste sentido diz respeito ao marketing preditivo, técnica capaz de prever o que pode mudar no comportamento do consumidor e quais tendências serão geradas ou exercerão impacto sobre eles. Uma das razões para que esse tipo de marketing se torne tão relevante é porque ele se baseia em dados, ou seja, todas as decisões são respaldadas em informações reais, deixando de lado suposições, achismos, crenças e consensos fundamentados em experiências anteriores.

Sabemos que no e-commerce, tudo muda em velocidade considerável, portanto, quem tem dados, tem ouro. O principal objetivo com essa estratégia é dar às empresas a chance de se anteciparem e, com base nas informações e percepções coletadas, criar ações pontuais e condizentes com os novos hábitos e condutas dos clientes, o que tende a contribuir para obtenção de resultados melhores em termos de conversão.

O marketing preditivo vem ao encontro com a era do consumo 5.0, na qual percebemos a necessidade de usar tecnologias cada vez mais avançadas para coletar e analisar dados. Eles são a base para gerar insights a serem utilizados por profissionais voltados para a criação de estratégias direcionadas e cada vez mais precisas.

Com o marketing preditivo, o padrão de comportamento do consumidor pode ser mais bem estudado, e as conclusões obtidas com os levantamentos geram atuações mais assertivas, o que contribui para a atração e retenção de clientes. Um relatório denominado Predictive Analytics Market, divulgado pela entidade de pesquisas norte-americana Future Market Insights, mostrou que as vendas globais baseadas no marketing preditivo em 2021 chegaram a US$ 10,5 bilhões, com previsão de crescimento anual de 15,8% durante 2022.

Até 2032, esse mercado deverá atingir uma avaliação de US$ 55,5 bilhões – sendo que o crescimento anual deve superar as estimativas atuais. Isso mostra o potencial da estratégia e como ela deverá nortear o planejamento do varejo em todo o mundo. São muitas as tecnologias a serem utilizadas dentro da estratégia de marketing preditivo. Entre elas, o Lead Scoring, técnica de pontuação de leads utilizada para identificar aqueles que estão mais preparados para a compra, qualificando e priorizando automaticamente ou manualmente, a Inteligência Artificial, o Machine Learning, o Big Data e o Data Analytics.

Essas soluções possibilitam informações detalhadas para entender a segmentação do público baseada em seu comportamento, características demográficas, interesses e outras variáveis. Assim, um varejo consegue enviar mensagens mensagem muito mais personalizadas e adequadas ao momento do lead.

Um dos principais casos de sucesso de marketing preditivo é a Netflix, que criou uma série totalmente baseada em dados históricos sobre suas produções de maior sucesso. Com essas informações, eles desenvolveram uma “fórmula” e, surgiu a série House of Cards, uma de suas mais premiadas. Obviamente, para chegar a resultados tão incríveis, é fundamental investir em parcerias, tecnologia, conhecimento e capacitação – tudo para acompanhar as tendências; é essencial apostar em novas funcionalidades que otimizam a experiência do usuário e também desenvolver um olhar especial para a inovação.

Hoje, a tendência são as soluções voltadas para simplificar a experiência do usuário tanto na compra online quanto no atendimento com foco na automação, mas sem deixar de lado a humanização. Ao voltar suas atenções para o potencial do marketing preditivo, as lojas podem experimentar melhorias que impactam diretamente nos principais indicadores da empresa, como por exemplo o aumento das vendas, da satisfação dos clientes e da otimização das rotinas internas.

A possibilidade de prever o futuro já foi considerada em filmes de fantasia e ficção científica. Hoje em dia, essa já é uma realidade vivenciada pelas empresas mais atentas ao que há de mais inovador. Considero que este seja o estado da arte do varejo online: compreender os desejos de consumo de cada cliente, ofertando mercadorias que estejam completamente alinhadas às suas necessidades, ao seu perfil e que caibam no seu bolso. E depois, é só colher os frutos.

(*) – É CEO da Estrela10 (www.estrela10.com.br).