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Inteligência Artificial: tecnologia a favor ou contra a humanidade?

em Artigos
terça-feira, 14 de março de 2023

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

Falta foco e soluções para as questões fundamentais da vida como trabalho, alimentação, educação, moradia e aprimoramento humano.

O percentual de pobreza e precariedade foi crescendo pela Terra sem parar, assim como a concentração da riqueza. A miséria humana tende a se alastrar com provável colapso nas áreas de abastecimento de água, alimentos, empregos e saneamento básico. O tão divulgado ChatGPT, fruto da tecnologia de Inteligência Artificial (IA), é uma aplicação construída pela OpenAI, empresa norte-americana que teve Elon Musk como um dos seus fundadores.

Essa tecnologia se baseia num modelo gerativo de linguagem que rapidamente busca respostas para as perguntas, superando a agilidade mental do ser humano. O que diria a IA sobre a origem da vida e sua finalidade? Ela voaria sobre milhões de noções existentes, parciais e incompletas, e daria sua sentença situando o viver no limite da matéria, o que para muitas pessoas poderia ser considerado como verdade.

No entanto, os seres humanos têm de perceber que são espírito e não apenas a matéria perecível, uma conclusão que a máquina jamais chegará, assim como não saberá qual é a real motivação dos usuários, pois num mundo repleto de ódios, poderia se tornar altamente destrutiva.

O dinheiro, essa poderosa invenção, hoje criado do nada, comanda a vida na Terra, e se multiplica sem nada produzir, gerando abismos que terão de ser ultrapassados. A humanidade ainda não encontrou a forma equilibrada de criar dinheiro, mas isso não impede a ação de seus controladores, dos oportunistas, dos especuladores, e a vida que deveria ser bela e feliz fica desvalorizada diante da moeda que compra tudo, até o caráter dos homens.

Na sua trajetória, o dinheiro que acabou sendo criado pelo arbítrio de uma elite, faz a economia girar, mas se o excesso não for represado, perde valor, arruína os preços. A maneira encontrada foi elevar a taxa de juros, pois o dinheiro solto acelera a jogatina da bolsa, valorizando os papéis de forma artificial, ao mesmo tempo em que desvaloriza as moedas.

Os preços sobem, os salários baixam. Os custos sobem, as vendas caem. Então as atividades vão ficando estagnadas. Baixa a renda. Empregos se reduzem. Alimentos e energia extrapolam. A economia das nações fica engessada. As cidades vão inchando, se tornando inviáveis para os indivíduos, para os governos, para a humanidade. O que fazer para sobreviver sem se endividar?

Tendo em vista a continuada decadência espiritual da humanidade, nada foi como poderia e deveria ter sido. Os elevados valores humanos não influenciaram na melhoria das condições de vida e no progresso espiritual.

Nos anos após a segunda guerra mundial houve momentânea sensibilização, mas logo a seguir a imagem dos dias difíceis se foram apagando da memória, e de novo a humanidade trilhou o caminho da indolência espiritual, da acomodação, da preguiça de pensar com clareza sobre a vida e seu significado.

A tecnologia deveria ser empregada para elevar o espírito humano, mas tem sido usada prioritariamente para fins imediatistas, contribuindo para a destruição e esvaziamento da sensibilidade e capacitações humanas.

O ser humano não pode ser transformado num ser insensível, que perdeu o contato com o eu interior, que não sabe aproveitar as suas horas de lazer para se instruir e se aprimorar, optando por jogar fora o seu precioso tempo com futilidades. Os Estados-Nação acabaram sendo rebaixados à condição de objeto a serviço de interesses particulares de cobiças por riqueza e poder, por isso agora oscilam.

Quando caímos num congestionamento com milhares de caminhões, ônibus e automóveis, a única saída é esperar pacientemente. Mas quando vemos os preços subindo, os empregos desaparecendo, o descontentamento e o medo ditando o ódio, surge a percepção que estamos em meio ao caos final, mas não se trata do fim de tudo, e sim um processo natural de restauração e recomeço para os seres humanos que perceberem, enfim, que são espírito e não apenas a matéria perecível na qual se aprisionaram.

Em verdade, isso é um chamado para despertar da dormência, refletir, ampliar a consciência e desfazer conceitos errados, para então racionar com lucidez, simplicidade, clareza e naturalidade, de modo a semear um mundo melhor com gratidão, amor e paz.

(*) – Graduado pela FEA/USP, coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br/home). E-mail: [email protected]