Clara Gattone (*)
Uma parte muito bacana do que faço, hoje, é atender marcas do mundo todo. Impulsionada pelo trabalho remoto, a diversidade cultural da minha agenda passa por reuniões com indianos, argentinos, italianos e franceses – cada um vivendo em países que não necessariamente os de origem. Projetos que transcendem fronteiras podem ser incrivelmente gratificantes, mas também vêm com uma série de desafios.
Trabalhar com equipes em países com fusos horários diferentes, cada um com suas próprias regulamentações, normas e leis que afetam os negócios e projetos, é o primeiro deles. A coordenação eficaz das equipes requer uma estrutura organizacional sólida e o uso de ferramentas de colaboração e gerenciamento de projetos apropriadas. Nestes casos, o ideal é encontrar aquelas que mais se encaixam no seu método de trabalho e adaptar as lacunas com outras estratégias.
Além da geografia, é bem interessante que os times sejam compostos por profissionais de diferentes culturas, cada um com seu próprio conjunto de valores, crenças e normas sociais. Ter isso em conta é obrigatório para os gestores de projetos que precisam estar cientes das nuances culturais que influenciam a tomada de decisões e resolução de conflitos. Como explicar para seu cliente americano, por exemplo, que é preciso adaptar o cronograma por causa de um jogo da seleção na Copa?
É claro que a comunicação é o alicerce de qualquer projeto de sucesso. No entanto, em contextos globais, as barreiras linguísticas e diferenças culturais podem dificultar uma comunicação eficiente. Nesses casos, a atenção deve ser redobrada e características como liderança sensível à cultura, compreensão multilíngue, estruturas flexíveis e gestão de riscos devem fazer parte desse novo profissional global.
Por tudo isso, a gestão de projetos globais é um campo dinâmico mas que também apresenta inúmeras oportunidades. Para o sucesso nesse cenário, é essencial abraçar a diversidade cultural, promover a comunicação eficaz, buscar e adotar recursos para coordenar equipes geograficamente distantes de forma eficaz e respeitar as regulamentações locais. A capacidade de navegar por essas águas culturais diversas é o que diferencia os projetos globais bem-sucedidos daqueles que enfrentarão dificuldades que podem ser insuperáveis.
(*) Líder de produção executiva na produtora Broders. É bacharel em Audiovisual, com pós-graduação em produção executiva e gestão audiovisual pela FAAP.