Jacques Fassa Pilnik (*)
Certamente você já deve ter perguntado a alguém, assim como as pessoas também comentam comigo: “Preciso ganhar mais dinheiro. Como faço?”.
Minha reposta, frequentemente, tem sido com outra pergunta: Você gerencia, de fato, suas finanças? Na maioria das vezes, escuto: “Ah, essa não é minha praia, não gosto de números”. Todas as pessoas deveriam entender um pouco de gerenciamento financeiro mesmo não gostando, afinal, é necessário! Eu também não gosto de alguns assuntos, porém, até para nossa sobrevivência, temos que ir além da simples conferência do extrato bancário.
Embora o grande combustível do nosso tempo continue sendo o dinheiro, será que muitas vezes não estamos queimando-o sem o carro sair do lugar? Os fatores macroeconômicos que levam a isso, via de regra, não estão diretamente sob o nosso controle. Agora, quanto aos motivos que dependem exclusivamente do nosso dia-a-dia, podemos listar inúmeros, transitando desde a falta de foco ou interesse pelo assunto, passando pela ausência de formação e chegando até a complexidade inerente à matemática financeira.
Então, a resposta à pergunta sobre como ganhar mais dinheiro passa primeiro pela estação na qual você fará uma parada e analisará: meus gastos são maiores que meus ganhos financeiros? Meus custos fixos mensais (energia elétrica, condomínio ou aluguel, telefone, alimentação, entre outros) consomem praticamente toda a minha renda? Tenho costumeiramente contraído empréstimos? Se a resposta a estas três perguntas for sim, ainda não é hora de partir para outra estação.
É melhor dormir alguns dias nessa cidade, visando identificar como alterar as respostas de “sim” para “não”. Lógico que fazer esse exercício, mesmo que teórico, não é tarefa simples, mas é primordial – a menos que sua opção seja adotar estilos de vida alternativos, tais como virar mochileiro ou membro de uma tribo nômade. Aliás, nada contra, visto que dificilmente terá problemas financeiros, já que não possui custos fixos.
Então, o que fazer? Primeiramente, organizar-se! Mapeie seus gastos para poder enxergar e, consequentemente, propor ações para resolver aquelas três perguntinhas que citamos anteriormente. Sou favorável à utilização de ferramentas disponíveis no mercado: os chamados gerenciadores financeiros – aplicativos que podem ser baixados da Internet. Embora esses softwares não sejam exatamente uma novidade no mercado, o pouco conhecimento deles é justificado pela ausência de cultura no Brasil para controle e otimização das finanças pessoais.
Para aqueles que já se utilizam de alguma ferramenta, mesmo que própria, como por exemplo planilhas eletrônicas, é hora de arrumar as malas e partir para a próxima estação, já que o carvão da locomotiva continua queimando.
(*) – É diretor financeiro da UMC Universidade.