Alexandre Milen (*)
Em um mercado atual marcado por instabilidades, obter renda passiva é um dos objetivos de investidores que buscam remunerações sem a necessidade de esforço e trabalho para alcançar a independência financeira.
Nesse sentido, os fundos imobiliários continuam sendo uma aposta segura dentro desse modelo. É possível viver de renda aplicando em papéis em vez de imóveis físicos; isso ainda inclui algumas vantagens. Desde que os brasileiros perceberam esse movimento, o volume de novas carteiras emitidas vem crescendo sem parar. Os fundos imobiliários se tornaram a bola da vez e são vistos como uma maneira mais simples e barata de aplicar no setor.
A dinâmica mais tradicional nesse formato de investimento direciona o dinheiro à construção ou à aquisição de imóveis, que depois serão locados ou arrendados. A participação está condicionada à compra de cotas que são negociadas na bolsa de valores. Já a movimentação dos recursos é feita por uma gestão profissional, que escolhe os ativos e executa as operações segundo a estratégia do fundo. Os ganhos obtidos são divididos entre os participantes, na proporção que cada um aplicou.
O fato é que os FIIs podem trazer dividendos com regularidade, consolidando o objetivo da renda passiva. Em fundos de tijolos voltados para o aluguel, por exemplo, é comum que o veículo faça a distribuição de renda mensal para os cotistas.
Apesar do potencial de composição da renda passiva, é preciso pensar em como as condições econômicas impactam os fundos imobiliários. Isso porque, em certas condições, podem não ser tão atraentes. Frente a um cenário com a Selic em alta, por exemplo, muitas pessoas se perguntam se ainda é uma boa opção investir em fundos imobiliários. A depender da estratégia, é necessário ter mais cautela com a escolha. Afinal, essa taxa serve como referência para todas as outras cobradas no mercado.
Por isso, é preciso primeiramente avaliar o perfil de investidor e os objetivos financeiros. Nesse sentido, é necessário ter maior tolerância ao risco, já que os fundos imobiliários são investimentos de renda variável e estão expostos às oscilações econômicas vigentes.
Após a análise e a decisão sobre qual formato faz sentido, o próximo passo é examinar as possibilidades e procurar as melhores opções de investimentos de acordo com o intuito. Com a ajuda dos indicadores fundamentalistas, é possível reconhecer as alternativas mais interessantes avaliando, por exemplo, o pagamento de dividendos, a taxa de vacância (no caso de fundos de aluguel), a taxa de capitalização, entre outros aspectos.
Além disso, sempre vale a pena pensar na diversificação. Dessa maneira, é fundamental agir pautado em um planejamento estratégico que evidencie as necessidades e expectativas. Se essas metas estiverem alinhadas com as características dos fundos imobiliários, o modelo de investimento poderá ser boa alternativa para obter rendimento com grandes chances de sucesso.
(*) – É CEO da Harami Research (https://www.haramiresearch.com.br/).