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Fomento, inovação e competitividade

em Artigos
terça-feira, 30 de maio de 2017

Jamile Sabatini Marques (*)

Que o brasileiro é um povo criativo, todos sabem. Mas se beneficiar dessa criatividade para gerar um país mais competitivo é o que precisamos aprimorar.

 

Empresas que se destacaram quanto a sua criatividade foram fomentadas por um ambiente de negócios propício para sua atividade, gerando produtos inovadores e se tornando referências mundiais, como o Facebook e Instagram, ambos com brasileiros na concepção de seus projetos. Para termos um país mais competitivo, precisamos dar mais voz aos empreendedores criativos, que acreditam em um projeto e correm atrás para serem os primeiros em mercados globais.

Para que isso ocorra, precisamos fomentar serviços e produtos pioneiros para que estejam no mercado e sejam competitivos. O fomento por meio de recursos financeiros, relacionamento e gestão faz com que as empresas acelerem a sua curva de crescimento, ganhando tempo precioso em um mercado competitivo, onde estar à frente fará a diferença para nos tornarmos referência.

O Brasil precisa criar condições para que existam mais fundos de investimentos em venture capital (Venture Funds), que façam as apostas em ideias, serviços e produtos inovadores, desde a fase inicial.
Isso pode ser feito com poucos ajustes na Lei do Bem para que as empresas beneficiadas possam aplicar seus recursos em Venture Funds fomentando empresas brasileiras nascentes, com a aquisição de quotas, ações ou notas de débito conversíveis.

A ABES tem trabalhado nestes aspectos, demonstrando a importância de se fomentar a inovação para termos um Brasil mais competitivo. As agências de fomento, como BNDES, FINEP, CNPq e FAPs estão buscando um caminho, conhecem a importância desse tema, mas ainda precisamos aperfeiçoar, ter mais recursos e correr mais riscos. Hoje, as garantias exigidas das mentes criativas são incompatíveis com o mercado do conhecimento, com empresas nascentes e muito boas ideias morrem pela falta de fundos, quando já estão quase lá.

A legislação brasileira com foco em inovação está sendo aperfeiçoada para que estejamos atualizados e competitivos, com o Governo recuperando seu papel de indutor da inovação. Sabe-se que países que investem em inovação estão entre as principais potências mundiais. O retorno do investimento feito em empresas inovadoras se dá na forma de impostos, empregabilidade, desenvolvimento regional e principalmente na formação de quadros gerenciais voltados para a inovação e criatividade.

Países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) têm buscado investir em inovação por meio do incentivo fiscal, sendo esta uma tendência mundial. O Brasil precisa fomentar para sair da crise, crescer e gerar competitividade. Por meio de pequenos aperfeiçoamentos, a Lei do Bem e a Lei de Informática podem e devem contribuir para a geração de novos produtos e serviços, com novas ou antigas empresas, fomentando o empreendedorismo e intra-empreendedorismo.

(*) – É diretora de Inovação e Fomento da Associação Brasileira das Empresas de Software; membro do Comitê de Startups do MCTIC; e Presidente da Câmara de Tecnologia e Inovação da FecomercioSP (www.abes.org.br).