Manuel Alcalá (*)
É de conhecimento geral que a preferência pelo e-commerce e pelo varejo online vem aumentando significativamente nos últimos anos.
Esse movimento ganhou força em 2020, durante a pandemia, que demandou que as pessoas ficassem em casa e, por consequência, adquirissem grande parte dos produtos pela internet. Com esse choque, empresas que não tinham uma presença no universo digital tiveram que reinventar seus modelos de trabalho, a fim de atender às novas necessidades dos consumidores.
De acordo com o relatório sobre o desempenho do e-commerce na América Latina dos últimos três anos, divulgado recentemente pela PayU, o Brasil tem, atualmente, o maior e mais desenvolvido comércio eletrônico da região, com quase US$ 40 bilhões processados anualmente e projeções próximas a US$ 60 bilhões entre 2021 e 2022. E com essa nova realidade do e-commerce, vimos o crescimento paralelo de outro mercado importantíssimo para o ciclo de produção: o de embalagens.
As embalagens são itens indispensáveis para a experiência dos consumidores, desde a proteção dos objetos até o momento em que as pessoas abrem suas compras, e essa importância é refletida no crescimento do setor – muito puxado pela ascensão do e-commerce – , que registrou um aumento de 31% no primeiro semestre de 2021. E quais aspectos têm que ser levados em conta para garantir uma jornada positiva dos clientes com as embalagens, e dar continuidade à trajetória gradativa desse mercado no Brasil?
Pensando no e-commerce, existe um conceito muito importante para o sucesso dessas soluções, o que chamamos de “Embalagem Sem Frustração” (Frustration-Free Packaging – FFP). O termo tem premissas como o foco no transporte das mercadorias e no unboxing do consumidor, com o objetivo de solucionar dois problemas: o impacto das embalagens ao meio ambiente – diminuindo a quantidade de plástico ou isopor dentro de um pacote – e a insatisfação do cliente no processo de desempacotamento.
As soluções que recebem o certificado de FFP têm como grande diferencial o volume do pacote, que será menor e mais leve justamente por não conter componentes desnecessários. A facilidade do unboxing e a resistência durante o transporte dos produtos – aspectos padrões avaliados a fim de minimizar os danos durante a manipulação, transporte e o manuseio – também se diferenciam das embalagens convencionais.
Adotar esse programa pode trazer diversas vantagens para as empresas, como a redução de custos de empacotamento, economia de tempo, melhoria da experiência do cliente, diferenciação e o mais importante: aumento do índice de reciclagem.
Em abril, a Smurfit Kappa, empresa que liderou no Brasil, recebeu a certificação FFP da Amazon devido ao design inovador da embalagem Bag-in-Box de três litros da companhia.
Desde então, as empresas que vendem no marketplace da Amazon podem utilizar esse design pronto para uso da SK. O modelo faz parte do portfólio eBottle da empresa, ideal para transportar substâncias como vinhos e sucos, e utiliza em média 75% menos plástico do que embalagens plásticas rígidas, além de ser feito de materiais de fácil separação e reciclagem.
Pensando nos rumos que o setor de embalagens vem tomando e as preferências de consumo das pessoas – que estão em constante transformação -, é possível concluir que, cada vez mais, as empresas presentes no e-commerce devem aderir à metodologia de “Embalagem Livre de Frustração”, uma vez que soluções com esse certificado trazem diversos benefícios para as companhias, clientes e, no longo prazo, ao meio ambiente.
(*) – É CEO da Smurfit Kappa no Brasil.