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Em defesa do Marketing

em Artigos
terça-feira, 09 de maio de 2017

Gabriel Rossi (*)

Saio em defesa do Marketing, em pleno dia em que se comemora a data reservada para homenagear os profissionais que atuam neste segmento.

Mas é preciso? Tenho certeza: sim! Infelizmente, hoje em dia as pessoas, os políticos e até maus profissionais da área tratam o Marketing de forma vulgar e jocosa. É um ultraje a quem se dedica com afinco à área. Engana-se quem pensa que Marketing é uma caixa de ferramentas envolvendo apenas eventos de promoção de produtos, preços e/ou serviços.

É, sim, um moderno mecanismo de administrar e de pensar holisticamente uma empresa e/ou uma marca. E em todo este contexto é preciso ressaltar o papel da internet – uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo em que a web dá voz às estratégias e a profissionais sérios, também cria uma bolha de ignorância com internautas vulgarizando a ideologia da empresa moderna. Que fique claro: não é mais possível que isso aconteça.
Precisamos entender e disseminar a ideia de que o Marketing é uma ideologia, uma forma de agir e de pensar. Marketing é, de uma vez por todas, organizar-se na perspectiva do mercado e do consumidor. Muitos criticam o Marketing pelo simples prazer de criticar. Criticam algo que não entendem, não conhecem e não estudam.

Será que os críticos, por mais levianos que sejam, já refletiram, por exemplo, sobre o valor socioeconômico e cultural das marcas no mundo atual? Para começar, a necessidade que as marcas possuem de inovar diariamente resulta em uma enorme importância social. A inovação acarreta benefícios à comunidade em forma de novos empregos, dinheiro injetado na economia, produtos e serviços mais rápidos e modernos.

Será que, por exemplo, a corporação Procter & Gamble desenvolveria tantos produtos de custo mais baixo e qualidade adequada se não houvesse marcas para associar todo seu investimento e risco? Será que as empresas de telefonia nos países em desenvolvimento estariam motivadas a melhorar a vida das pessoas em lugares remotos, como interior do Peru, Índia e Paquistão? Digo que não. As marcas são parte vital desta equação. Mais: o Marketing e suas marcas também são um grande mecanismo de proteção ao consumidor.

Para começar, se não houvesse marcas, como os órgãos de proteção ao consumidor funcionariam? Averiguar o quê? Além disso, toda marca e profissional de Marketing que se preze necessita manter a lealdade do consumidor. Isto acarreta produtos cada vez mais confiáveis e seguros, especialmente nos dias atuais, com consumidores que se manifestam por meio de inúmeros megafones e com a linha entre o influenciador e o não influenciador cada vez mais tênue.

Marketing é absolutamente tudo que uma empresa faz. O resto é utopia, pois a única razão para a existência de qualquer empresa é o cliente. O que o administrativo, o departamento de comunicação, comercial, enfim, os setores de uma empresa acham não tem relevância sem a validação do consumidor, que é o juiz, pois o objetivo primário de qualquer empresa é o lucro. Sendo assim, saio em defesa do Marketing.

(*) – Professor da ESPM, estrategista especializado na construção e no gerenciamento de marcas e reputação e diretor-fundador da Gabriel Rossi Consultoria, com passagens por instituições como Syracuse/Aberje, Madia Marketing School, University of London e Bell School.