Pedro Salanek Filho (*)
É fato que o processo de educação desempenha um papel fundamental em todas as camadas da população.
De forma geral, pode-se afirmar que tudo pode ser melhorado quando o grau de educação evolui. O melhoramento da educação permitirá um reposicionamento do indivíduo na sociedade e isso lhe proporcionará reconhecimento e perspectivas. A educação deve ser transformadora, contínua e ocorrer em todas as fases da vida. A educação possibilita uma espécie de encaixe do indivíduo em uma trilha de conhecimento a ser percorrida, muitas vezes, sem limites.
Essa trilha possibilitará algo fantástico em sua mente, gerando novas percepções, sentimentos e o embasamento para novas ideias e opiniões.
Dentro desta amplitude de melhoria continua propiciada pelos modelos educacionais, uma nova forma de “alfabetização” começou a se intensificar – a educação para a sustentabilidade. Um novo modelo começa a ser construído, que abrange várias áreas do conhecimento, com um enfoque especial para as dimensões econômica, cultural, social e ambiental.
Algo que passa necessariamente pela mudança de um “modelo mental”, na qual muitas metodologias e paradigmas cartesianos e tradicionais estão sendo considerados ultrapassados, abrindo assim espaço para uma nova visão, de cunho multidisciplinar e transversal para a formação (e gestão) do conhecimento. Os indivíduos que estão dispostos a abrir a sua mente para as novas ideias para a sustentabilidade, estão percebendo a possibilidade da existência (e aplicação) desse novo modelo, que possui características cíclicas, que respira de forma equilibrada, que se renova e que, acima de tudo, possui conotação orgânica.
Esse modelo, obrigatoriamente, exigirá uma formatação dos envolvidos em um desenho de rede, buscando a sincronia para a harmonia e sobrevivência coletiva, compartilhando responsabilidades e desafios. Grupos que estão despertando para esse cenário e enxergando a necessidade urgente de mudança, até para garantir a sua sobrevivência no futuro, estão sendo conectados pelos interesses coletivos e compreendendo que o resultado conjunto é muito superior que o resultado individual.
Diante dessa demanda, as escolas de negócios estão percebendo também que as tradicionais metodologias de ensino não estão mais gerando os resultados diferenciados. Aproximar gestores sem uma metodologia inovadora não agregará absolutamente nada. Desenvolver gestores para a sustentabilidade empresarial não é vender cursos de prateleira. Não é apresentar um cardápio de disciplinas com ementas pré-elaboradas. Catequizar gestores é desfocar o ensino e enaltecer a aprendizagem.
O ensino é aquilo que o docente “gostar de ensinar” e a aprendizagem é aquilo que o participante “deseja aprender”, porém, nem sempre, as duas coisas estão alinhadas. As escolas de negócio que estão percebendo essa demanda de mercado, focada no participante, estão redesenhando seus conteúdos e propondo atividades customizadas. Essas instituições inovadoras estão aplicando atividades lúdicas, colocando seus participantes em atividades desafiadoras, criando obstáculos, aplicando dinâmicas e jogos de resultados coletivos (ganha-ganha).
O professor passa então a ser um mero facilitador, pois o conhecimento não está mais com ele e sim com o grupo. A solução não vem mais do facilitador, visto que ele não está no dia a dia do negócio. Ele deve apenas harmonizar e conduzir o grupo para reflexões sistêmicas e a aproximação de ideias. A palavra de ordem do facilitador “é conectar ideias”, devendo propor a direção e gerar debates sobre as limitações e as relevâncias dos caminhos a serem percorridos.
(*) – É professor de finanças do Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE), de Curitiba.